IBAMA investiga JBS por compra de gado de terras desmatadas na Amazônia

Seis frigoríficos já foram multados em R$ 4 milhões pela compra direta de 8.172 cabeças de gado de áreas embargadas.
31 de agosto de 2025
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IBAMA

A “lavagem de gado” continua operando na Amazônia. O IBAMA notificou 12 frigoríficos – dois deles operados pela JBS – por suposto envolvimento em um esquema de compra de gado de terras desmatadas ilegalmente na região. Também estão na lista de investigados as empresas Frigol e Mercúrio. A informação foi confirmada pela Reuters.

De acordo com Brasil de Fato, Pará Terra Boa e Invest News, a fiscalização foi realizada no âmbito da terceira fase da Operação Carne Fria, que investiga empresas pela prática de lavagem de gado. A unidade da JBS alvo de autuação fica em Tucumã (PA). Já em Marabá (PA), o frigorífico do grupo foi notificado.

Sem dar nomes, o órgão ambiental informou que os frigoríficos são investigados por adquirirem gado suspeito, “triangulado com fazendas ‘limpas’ para disfarçar a origem ilegal”, informam Folha e Economia em Pauta. O IBAMA acrescentou já ter multado seis frigoríficos [cujos nomes também não foram revelados] em R$ 4 milhões pela “compra direta de 8.172 cabeças de gado de áreas embargadas”, de acordo com o Metrópoles.

O IBAMA também apreendeu mais de 7.000 cabeças de gado pastando em 2.100 hectares de fazendas com uso comercial bloqueado após desmatamento ilegal. E multou os infratores em um total de R$ 49 milhões, mas novamente não especificou as empresas ou pessoas autuadas.

Também no fim da semana passada, uma análise da Earthsight, organização sediada no Reino Unido focada em investigação das ligações entre crimes ambientais e consumo, revelou que os hambúrgueres dos Estados Unidos financiam a destruição da Floresta Amazônica, destaca a Bloomberg. Quase um quarto das exportações de carne bovina do Brasil para os EUA é de frigoríficos próximos a áreas onde o desmatamento ilegal é desenfreado, mostra o levantamento.

Atualmente, 13 frigoríficos na Amazônia são autorizados a exportar para os EUA. Cinco estão em Rondônia, onde a Assembleia Legislativa regularizou a conversão em pasto para mais de 200 mil cabeças de gado de uma Unidade de Conservação.

  • Em tempo: Uma perícia que livrou a JBS por danos ambientais causados pelo despejo de resíduos no Córrego do Baile, em Nova Andradina, a 298 km de Campo Grande, foi questionada pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MP-MS), informa o Midiamax. A ação tramita desde fevereiro de 2018, quando o MP-MS pediu que o frigorífico tomasse providências para cessar a poluição e pagar indenização coletiva pelos danos ambientais causados. Para o promotor de Justiça Felipe Almeida Marques, o laudo pericial apresenta falhas que comprometem a responsabilização da JBS por danos ambientais estimados em R$ 708 mil.

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