
Somente 10 dos 772 municípios da Amazônia Legal responderam por quase 30% da área desmatada em toda a região nos últimos 12 meses, entre agosto de 2024 e julho de 2025, mostra o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do IMAZON. Dos 3.503 km² de Floresta Amazônica destruídos no período, 956 km² o foram dentro das 10 municipalidades campeãs de devastação, embora estas somem apenas 6% do território amazônico.
Os municípios de Lábrea e Apuí, no sul do Amazonas, lideram os índices de desmatamento no período, destacam g1, 18horas e ac24horas. As duas cidades perderam, respectivamente, 140 e 137 km² de vegetação nativa. Isso equivale à devastação de 76 campos de futebol por dia de floresta – quase 30 mil campos de futebol nos últimos 12 meses, compara o IMAZON.
Completam o top 10 do desmatamento amazônico os municípios de Colniza, Marcelândia e União do Sul, no Mato Grosso; Uruará, Portel, Itaituba e Pacajá, no Pará; e Feijó, no Acre. Seis deles também estão entre os dez com maior risco de novas derrubadas apontados pela plataforma de previsão do desmatamento PrevisIA: Apuí, Lábrea, Colniza, Uruará, Portel e Feijó. O cruzamento dos dados mostra que áreas já identificadas com alta pressão seguem vulneráveis.
Para o IMAZON, ações prioritárias de proteção ambiental nesses municípios e em outros territórios críticos poderiam ter viabilizado um cenário de queda ao final do último ano de desmatamento (agosto de 2024 a julho de 2025). No entanto, os registros indicam estabilidade: no ano anterior, entre agosto de 2023 e junho de 2024, foram derrubados 3.490 km², 0,4% a menos do que no atual.
Já a degradação florestal cresceu quase quatro vezes, passando de 8.913 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024 para 35.426 km² entre agosto de 2024 e julho de 2025. Esse salto se explica principalmente pelas grandes áreas afetadas por queimadas em setembro e outubro de 2024.
“A degradação florestal fragiliza a floresta, aumenta a emissão de carbono e deixa a Amazônia ainda mais vulnerável, ameaçando sua biodiversidade e as populações locais. O salto que vimos em 2025 é um sinal de que precisamos olhar com mais atenção para esse tipo de dano”, alerta Manoela Athaíde, pesquisadora do IMAZON.
Metrópoles e Portal Norte também noticiaram os dados do IMAZON.



