
A pouco mais de 70 dias para a abertura da COP30, a Presidência da Conferência publicou na última 6ª feira (29/8) sua sétima carta à comunidade internacional focada no setor privado. O documento assinado pelo embaixador André Corrêa do Lago conclama as empresas a se engajarem mais nas discussões de Belém e na implementação dos compromissos climáticos dos países sob o Acordo de Paris.
Para Corrêa do Lago, a ida das empresas a Belém será uma “oportunidade de arregaçar as mangas, ouvir, aprender e somar-se ao espírito colaborativo do Mutirão Global”. O presidente da COP30 admitiu que a capital paraense apresenta “desafios logísticos”, mas argumentou que, justamente por essa razão, o setor privado poderá liderar pelo exemplo, “demonstrando que a liderança climática significa engajamento com o mundo real”.
A carta da presidência da COP30 reconheceu o engajamento de parte do setor empresarial nas últimas décadas em investimentos em transição energética e produção de menor impacto ambiental e climático. Mas, como a Folha assinalou, o documento pede que o setor privado participe mais do financiamento, ainda muito dependente dos recursos públicos.
“Diante de um cenário de incerteza sistêmica, em que a urgência climática interage com desafios geopolíticos e socioeconômicos cada vez mais complexos, uma tendência é certa: a transição climática é irreversível. Em diversos setores, líderes visionários e pioneiros já anteciparam as mudanças radicais e escolheram, há décadas, agir, iniciando uma revolução sustentável em muitos segmentos da economia. Os líderes empresariais que anteciparem essas mudanças radicais serão aqueles que prosperarão, ao construir resiliência e aproveitar as extraordinárias oportunidades que a transição em curso oferece”, reforçou o documento.
Em entrevista à Bloomberg, Corrêa do Lago minimizou o impacto dos ataques do presidente norte-americano Donald Trump às fontes renováveis sobre a transição energética. Segundo Lago, os ataques apenas explicitam a ameaça sentida pelos produtores de combustíveis fósseis frente à transição para uma economia mais verde: “O sucesso desta agenda é um desafio para algumas empresas e interesses”, disse ele. “É a demonstração cabal de que essas políticas funcionaram ou estão funcionando”, completou.
Agência Brasil, Estadão, Exame, g1, Metrópoles, O Globo, RFi e Valor, entre outros, também repercutiram a nova carta da presidência da COP30.
Em tempo: O copo cheio mostra grande probabilidade de uma centena de países entregarem suas novas contribuições (NDCs) ao Acordo de Paris até a COP30. O copo vazio alerta para metade dos países não cumprirem o prazo prorrogado até setembro. Apenas 29 países entregaram suas novas NDCs até a semana passada. A informação é da Folha.



