
As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) são descritas pelo secretário-executivo da Convenção do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, como “motores poderosos para a economia e pedra angular na luta contra a crise climática”. Apesar disso, a maioria dos países signatários do Acordo de Paris e que estarão presentes na COP30, em novembro, ainda não apresentaram as suas novas metas climáticas.
Diante do prazo apertado, inicialmente para fevereiro, Stiell urge que os governos apresentem suas metas na Semana do Clima de Nova York no final de setembro. Em 2023, os países se comprometeram a apresentar NDCs ambiciosas para manter o aquecimento global no limite de 1,5oC, lembram Reuters e Climate Home.
Até o momento, menos de 40 países apresentaram suas NDCs – grandes poluídos como China, Índia e União Europeia estão fora da lista, destaca o Valor. Os Estados Unidos chegaram a apresentar a sua NDC ainda no governo Biden, porém, com a passagem de bastão para o negacionista Donald Trump, o país se retirou (de novo) do Acordo de Paris.
“Todos os países continuam a sofrer com desastres climáticos cada vez mais graves, causando imensos sofrimentos humanos e devastadores prejuízos econômicos em todas as regiões, reduzindo o PIB em até 5% em alguns lugares”, afirmou Stiell em carta.
As metas trazem progressos reais, ressalta Stiell. “Sem elas, a Humanidade estaria caminhando para até 5°C de aquecimento global e um planeta inabitável. Atualmente, estamos a caminho de cerca de 3°C, o que evidencia o quanto já avançamos coletivamente e o quanto ainda precisamos avançar”, assinalou.
Enquanto isso, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da COP30, falou ao Valor sobre os esforços para elaborar o relatório prometido pelos governos do Brasil e do Azerbaijão sobre os caminhos para se viabilizar a nova meta de financiamento climático de US$ 1,3 trilhão anuais a partir de 2035. O documento deve ser apresentado em outubro e já recebeu insumos de vários países e grupos negociadores.
Segundo Corrêa do Lago, um grupo de economistas liderado pelo brasileiro José Scheinkman também contribuirá com a elaboração do relatório. “Queria reunir o que houvesse de teoria econômica mais avançada sobre o assunto, para inspirar [Mukhtar] Babayev [presidente da COP29] e eu”, disse.
Por falar em inspiração, organizações indígenas e ambientalistas redobraram seus esforços para inserir a agenda de uma Amazônia livre de combustíveis fósseis na COP30. A ideia foi reforçada no mês passado, durante a cúpula presidencial da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). A Exame deu mais detalhes.
Em Tempo: Na última 4ª feira (3/9), a Etiópia lançou sua candidatura para sediar a 32ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP32), prevista para acontecer no continente africano em 2027. Como pontos positivos, o governo etíope destacou sua geração renovável, que desde 2022 atende toda a demanda elétrica nacional, além da proibição à importação de veículos não elétricos como parte de sua meta de emissões líquidas zero até 2050. Mas a Etiópia não está sozinha nessa corrida: a Nigéria também vem se movimentando para receber a COP32. Folha, Reuters e The East African deram mais detalhes.



