
O impasse em torno dos altos preços de hospedagem em Belém (PA) para a COP30 deve forçar o envolvimento do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) na questão. Em entrevista a’O Globo, o presidente da instituição, Sergio Díaz-Granados, afirmou que pretende apoiar a participação dos países caribenhos na Conferência, inclusive com ajuda financeira.
Segundo Díaz-Granados, é imprescindível que as nações mais impactadas pelas mudanças climáticas, como as ilhas do Caribe, estejam presentes na COP30. “Não podemos nos dar ao luxo de que as ilhas do Caribe, dos mais prejudicados pelas mudanças climáticas, não participem [da COP30]. Vamos garantir isso e colaborar para que todas estejam na conferência. Elas têm que dar seu testemunho aos demais negociadores”, afirmou. O Valor também repercutiu a notícia.
Para o governo brasileiro, a situação da hospedagem em Belém vem melhorando significativamente nas últimas semanas, depois da formação de uma força-tarefa para ajudar os países na definição das reservas. Apesar da gravidade do problema, alguns especialistas começam a temer que isso seja instrumentalizado por negacionistas e extremistas de direita para deslegitimar a COP30 e a ação climática global.
“Minha preocupação é que esse esvaziamento [da COP30] seja muito provocado pelo espetáculo que se cria em torno disso. Quando a gente cria uma atmosfera de espetáculo, a gente também cria muita desinformação sobre o território e sobre a própria COP”, disse Anália Barreto, diretora-executiva do Instituto Mapinguari e coordenadora de Negociações Internacionais no Comitê COP30, ao site ((o))eco.
Enquanto isso, as obras de infraestrutura para o evento estão 90% concluídas. Além de servirem à COP, as autoridades federais e estaduais querem que elas sejam um legado em prol da população paraense. Um exemplo disso é a Vila COP, que abrigará líderes internacionais e negociadores durante a Conferência e, depois servirá como centro administrativo do governo paraense. O Globo e Valor deram mais detalhes.Porém, moradores se dividem entre elogios e reclamações sobre as obras, informa o g1. Os elogios vão para novos espaços de lazer como parques e obras de melhorias de alagamento. Trabalhadores do famoso mercado Ver-o-Peso, por exemplo, reclamam de prejuízos financeiros por conta dos prazos não cumpridos para entregas das reformas. Outra reclamação vem de moradores próximo do igarapé Mata Fome – uma das 37 obras da COP30 – que precisam pular uma tubulação de concreto de macrodrenagem toda vez que entram em suas casas.



