A Secretaria Extraordinária para a COP30 (SECOP), da Casa Civil, afirmou nesta 4ª feira (10/9) que o número de delegações com hospedagem reservada em Belém subiu para 71. O evento, que acontece de 10 a 21 de novembro, tenta driblar a crise de preços que se instalou na cidade, que prejudica a participação de países menos desenvolvidos.
O aumento do número de delegações confirmadas na capital paraense é resultado da força-tarefa criada pelo governo para facilitar o contato dos governos com hotéis e outras opções de hospedagem. Apesar desse crescimento, mais da metade dos países integrantes da Convenção da ONU sobre o Clima (UNFCCC) ainda seguem sem reservas garantidas.
Apesar de não haver ainda lista sobre todos os países confirmados, há uma diversificação de países desenvolvidos e em desenvolvimento que optaram pela plataforma oficial de hospedagem. Por plataformas externas, como hotéis e Airbnb, estão confirmadas delegações do Egito, Espanha, Portugal, República do Congo, Singapura, Arábia Saudita, Japão e Noruega.
A preferência se dá, em especial, por conta dos pacotes prefixados no site do governo, como número de dias e quartos disponíveis, segundo o chefe da SECOP, Valter Correia, citado pelo Liberal.
De acordo com o governo federal, o Hotel Vila COP, complexo de hospedagem oficial da COP30, deve entregar o 4º bloco até a próxima semana. Outros dois blocos devem ser entregues até o final de setembro. O complexo contará com 405 suítes, áreas de convivência, salão de reunião, academia, lobby, restaurantes e quiosques, detalha o Um Só Planeta.
Apesar das boas notícias sobre o andamento das obras, os valores seguem chamando atenção. De acordo com a Folha, um dos cruzeiros que ficarão atracados em Belém durante o evento sairão, nos 17 dias, nove vezes mais caros do que uma viagem de travessia até o Mediterrâneo – que leva a mesma quantidade de tempo. Em resposta, a Secretária Extraordinária da COP30 explicou que os valores “refletem fatores logísticos e operacionais que diferenciam a hospedagem da COP30 das viagens turísticas regulares”.
Outro ponto de atenção é a ausência do líder chinês Xi Jinping e a redução do tamanho da delegação chinesa, o que trouxe novamente ruídos sobre a disponibilização de hospedagem. Xi Jinping deve ser substituído pelo vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang.
A delegação deve ser composta por cem enviados de órgãos públicos, mas o número pode chegar a mil com a presença de empresários. Em entrevista à Folha, o porta-voz do regime chinês Lin Jian afirmou que o país apoia a COP30 e vê o Fundo de Florestas Tropicais (TFFF, na sigla em Inglês) de forma positiva – porém, Jian não confirmou se o país se comprometerá com o fundo.
Em tempo: O NY Times abordou as dificuldades que embalam a COP30 no Brasil: a ausência do maior poluidor da história, os Estados Unidos; os bilhões de dólares prometidos à países mais pobres para sua transição energética e resiliência climática que não se materializaram; e a acusação, em território nacional, de políticos brasileiros em seguir autorizando mais abertura de poços de petróleo. O jornal também traz o recorte das acomodações. “É difícil imaginar como seremos capazes de nos representar plenamente”, afirma Ilana Seid, diplomata de Palau, nação insular do Pacífico.
