
O Brasil precisa investir mais em infraestrutura urbana para resistir aos cada vez mais frequentes e intensos eventos climáticos extremos. A avaliação é do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, que também destaca a adaptação às mudanças do clima como um dos grandes temas da conferência em Belém, em novembro.
Uma das prioridades da COP30 será garantir mais recursos aos governos locais para investir em infraestrutura, lembrou Corrêa do Lago. Principalmente nos locais onde há populações mais vulneráveis, as principais vítimas dos eventos extremos, informa O Globo.
O investimento deficiente em infraestrutura urbana no Brasil deixa o país longe das metas de desenvolvimento sustentável, reforça o presidente da COP30. Por isso, segundo o embaixador, neste ano a agenda de adaptação terá a mesma importância que os debates sobre mitigação, tema que rotineiramente domina as conferência do clima.
Enquanto Corrêa do Lago reforça os temas da conferência, a hospedagem em Belém continua dando dor de cabeça a pouco menos de dois meses do evento. De acordo com a Folha, cartas enviadas pela ONU aos participantes da COP30 alertam para a alta demanda por participação, cobram que as reservas de hospedagem sejam feitas o mais rápido possível e pedem que as delegações de seus órgãos internos sejam reduzidas, para diminuir a pressão por quartos.
As cartas foram segmentadas por grupos, como ONGs, países ou agências da ONU. Todas foram assinadas pelo secretário-geral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, e trazem informações básicas para a conferência, sobre credenciamento, transportes, agenda – e, claro, hospedagem.
Stiell diz que as delegações devem ser revistas, informam O Globo, g1, O Globo, InfoMoney e Exame. “Tendo em vista as limitações de capacidade em Belém, gostaria de solicitar gentilmente que os chefes do sistema das Nações Unidas, agências especializadas e outras organizações relevantes revisem o tamanho de suas delegações na COP30 e reduzam o número de delegações sempre que possível”, diz trecho da carta.
Os altos preços da hospedagem em Belém ameaçam a participação dos países em desenvolvimento, principalmente. Para evitar a ausência dessas delegações, os governos federal e do Pará estão subsidiando a hospedagem para as nações que não têm condições de arcar com essa despesa, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, n’O Globo.
Segundo a Secretaria Extraordinária para a COP30 (SeCOP), até o fim da semana passada 71 países já tinham a hospedagem garantida e custeada, relata O Globo. Mas algumas nações europeias, como Estônia e Polônia, continuam reclamando dos preços e ameaçando não comparecer à conferência.
Apesar dessas incertezas, o governador do Pará, Helder Barbalho, disse na 6ª feira (12/9) que a ONU já havia confirmado a presença de delegações de 140 países na COP30, informam Cenarium e Veja. E que “outras confirmações estão a caminho”, completou Barbalho.
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Em tempo 1: A Defensoria Pública do Pará (DPE-PA) ajuizou uma ação civil pública contra as plataformas Booking e Agoda por “não atender de forma satisfatória às recomendações” para frear cobranças excessivas nas hospedagens durante a COP30, segundo O Globo. No início de agosto, a DPE-PA emitiu uma recomendação a plataformas de hospedagem para notificarem hotéis e pousadas com diárias três vezes ou mais acima da média da alta temporada. Caso os valores não fossem alterados, a plataforma deveria suspender a publicação.
Em tempo 2: Estão abertas até 30 de setembro as inscrições para representantes da sociedade brasileira interessados em integrar a delegação nacional para a COP30, informa o Capital Reset. O processo contempla setor privado, sociedade civil e setores subnacionais (representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de estados, municípios e Distrito Federal). As candidaturas devem ser apresentadas por meio de formulário disponível no Portal do Brasil Participativo, limitado a uma resposta por CPF. O resultado será divulgado na primeira quinzena de outubro.



