Alemanha, Reino Unido e Noruega sinalizam adesão ao fundo para florestas

China e França também ensaiam possível aporte ao fundo; o governo federal espera que o TFFF receba US$ 25 bilhões até a COP30.
28 de setembro de 2025
fundo de florestas
Fabio Rodrigues- Pozzebom/Agência Brasil

Os governos de Noruega, Reino Unido e Alemanha sinalizaram que contribuirão com o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa do governo brasileiro para financiar a proteção de florestas em países em desenvolvimento. Além disso, o Brasil está conversando com França, China e outras nações para que também contribuam com a iniciativa, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Na semana passada, o presidente Lula anunciou um aporte de US$ 1 bilhão do Brasil no mecanismo. Segundo o Valor, a expectativa do governo federal é que o TFFF some US$ 25 bilhões em contribuições até a COP30, quando o fundo deverá ser lançado oficialmente em Belém.

O TFFF pretende captar US$ 125 bilhões de governos, fundos soberanos e investidores privados. Marina Silva ressaltou que serão os rendimentos do fundo que serão destinados aos países detentores de florestas tropicais. Essa lógica de mercado exige que a iniciativa seja analisada com cautela, disse ao Brasil de Fato o geógrafo e professor de pós-graduação em Ciência Ambiental da USP, Wagner Ribeiro.

“É uma iniciativa importante, mas jogar para o mercado como está sendo proposto me parece um pouco temerário. Quem vai aplicar? Quais são as regras para investir nesse fundo? Quanto desse fundo vai chegar, de fato, até as Comunidades Originárias, como está anunciado? É preciso ter muito cuidado e analisar esses dados com mais objetividade, e depois conferir se esses recursos vão chegar até o chão da floresta, como é necessário”, alertou.

Além de recursos para manter florestas em pé, o governo quer regular a área de bioeconomia. Por isso, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) pretende anunciar o Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio) antes da COP30, informam O Globo e Valor. Trata-se da primeira política pública nacional para o setor.

O PNDBio está sendo desenhado para apoiar a economia dos Povos Tradicionais e recompensá-los pelos serviços ambientais prestados. As ações relacionadas com o conhecimento tradicional e cultural (sociobiodiversidade) irão começar na Amazônia para, em 2026, se expandirem para o Nordeste. Outra prioridade é o apoio à agricultura baseada em sistemas de cultivo diversificados, com plantios tradicionais e conservação de espécies nativas.

  • Em tempo: O presidente Lula recebeu em Nova York um reconhecimento do compromisso do governo brasileiro com a redução da emissão de gás metano pelo "”The Global Methane Pledge”. Lançado na COP26 em 2021, o acordo voluntário firmado por 160 países, incluindo o Brasil, prevê que os signatários reduzam coletivamente suas emissões de metano em pelo menos 30% até 2030 em relação a 2020. O Globo deu mais detalhes.

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