
O derretimento do gelo marinho, agravado pelas mudanças climáticas, aumentou o risco de extinção de três espécies de focas do Ártico. Se, de um lado, diminuiu a chance da tartaruga-verde ser extinta, de outro, mais da metade das espécies de aves do mundo registrou queda em suas populações, afetadas pelo desmatamento. E 10 espécies animais e vegetais foram extintas.
Os dados fazem parte da mais recente atualização da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em Inglês), divulgada na última 6ª feira (10/10), informam g1, EcoDebate, Conexão Planeta, Guardian, Olhar Digital e Outlook Business. A nova edição reúne 172.620 espécies avaliadas, das quais 48.646, quase 30%, estão ameaçadas de extinção.
Assim, a foca-de-capuz passou de “vulnerável” para “em perigo”, enquanto a foca-barbuda e a foca-da-Groenlândia saíram de “pouco preocupante” para “quase ameaçada”. A principal ameaça a essas espécies é a perda de gelo marinho, essencial para reprodução, descanso e acesso a áreas de alimentação. O derretimento também altera hábitos alimentares e facilita o acesso humano ao Ártico, elevando os riscos enfrentados pelos animais.
Já a reavaliação das aves, que envolveu milhares de especialistas durante nove anos, constatou que 61% das espécies estão em declínio populacional, ante 44% em 2016. A degradação e a perda de habitat – sobretudo por expansão agropecuária e extração de madeira – são as principais causas. Regiões com alerta crescente incluem Madagascar, África Ocidental e América Central.
Por outro lado, a recuperação da tartaruga-verde “nos lembra que a conservação funciona”, disse a diretora-geral da IUCN, Grethel Aguilar. Antes classificada como ameaçada de extinção, ela agora é vista como uma espécie de menor preocupação devido aos esforços de conservação. O número de tartarugas aumentou 28% desde a década de 1970, graças à maior proteção dos locais de nidificação na Ilha de Ascensão, no Brasil, no México e no Havaí.
Assim, a IUCN reforça que, se a atualização traz alertas para algumas espécies, em contrapartida, também destaca um exemplo de sucesso. O que comprova que é possível evitar a extinção de fauna e flora, seja com proteção à biodiversidade, seja freando e revertendo a crise climática.
“As forças por trás da degradação da biodiversidade são grandes, generalizadas e fortes”, disse à CNN Jon Paul Rodríguez, presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN. “Mas não é que não saibamos o que fazer, é que somos menos numerosos e temos menos recursos do que o necessário.”
Por fim, seis espécies passaram para a categoria “extinta” na Lista Vermelha da organização, entre elas o musaranho da Ilha Christmas, um caramujo-cone (Conus lugubris), o maçarico-de-bico-fino e a árvore Diospyros angulata. Além disso, três marsupiais australianos (marl, bandicoot-listrado do sudeste e bandicoot-de-Nulllarbor) e a planta havaiana Delissea sinuata entraram pela primeira vez na lista já como “Extintas”.



