Melissa avança para as Bermudas após deixar morte e destruição no Caribe

Especialistas em catástrofes afirmam que a extensão do dano é extrema na Jamaica e que ainda não há como mensurar a escala da destruição.
31 de outubro de 2025
furacão melissa cuba
Twitter/X @accuweather

Melissa, o furacão mais intenso já registrado no Caribe, causou destruição na Jamaica, no Haiti e em Cuba, com ao menos 33 mortos e danos que podem chegar a R$ 118 bilhões. A tormenta segue em direção às Bermudas, mas inundações e chuvas fortes devem continuar nos países já atingidos.

A Jamaica, país mais atingido, ainda tem 70% da população sem energia. Mais de 130 estradas permanecem bloqueadas por árvores, detritos e linhas elétricas. Em algumas regiões, a inundação trouxe mais de um metro e meio de areia, que se estendeu por mais de um quilômetro em estradas, disseram autoridades. A capital, Kingston, não foi atingida pelo centro do furacão, e voos de socorro e ajuda começaram a chegar na 5ª feira (30/10), informam Reuters e Guardian.

Em Cuba, pelo menos 241 comunidades permaneciam isoladas e sem comunicação, e autoridades mobilizaram um esforço de evacuação massiva. O Haiti, apesar de não ter sido atingido diretamente por Melissa, foi açoitado com dias de chuva forte, resultando na morte de pelo menos 25 pessoas.

Especialistas em catástrofes afirmam que o cálculo dos danos pode demorar semanas, pois a situação da Jamaica continua caótica. Mas alguns analistas já apontam cifras, ainda que bem distantes entre si.

Chuck Watson, modelador de desastres da Enki Research, apontou para a perda de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 43 bilhões) na Bloomberg. Já a AccuWeather estimou que o Melissa pode custar até US$ 22 bilhões (R$ 118 bilhões) em danos e que sua reconstrução pode levar uma década ou mais, segundo a Reuters.

Os Estados Unidos disseram que prestarão ajuda humanitária para o Caribe, inclusive a Cuba, destaca a Reuters. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse na 5ª feira (30/10) que “a lei dos EUA inclui isenções para doações privadas de alimentos, medicamentos e outros bens humanitários a Cuba, bem como para resposta a desastres”.

Melissa segue para as Bermudas na categoria 2 na escala Saffir-Simpson, bem abaixo da categoria 5, a mais alta da escala, que atingiu no Caribe. Ainda assim, escolas e balsas foram fechadas, e o ministro da Segurança Nacional, Michael Weeks, pediu em comunicado muita cautela.

“Imploro a todos os residentes que permaneçam vigilantes enquanto enfrentamos outra ameaça ao nosso modo de vida”, disse, alertando para que as pessoas verifiquem como estão seus vizinhos e permaneçam fora das estradas até novo aviso.

Os impactos do furacão Melissa também foram noticiados pelo New York Times, CNN, Independent, Sky News, AP e NBC.

  • Em tempo: O ciclone Montha atingiu o leste da Índia e causou danos estimados em quase US$ 603 milhões (R$ 3,3 bilhões). Fazendas, estradas e edifícios foram inundados no estado de Andhra Pradesh na 5ª feira (30/10). O setor agrícola sofreu as perdas mais elevadas. O governo estadual também relatou que a tempestade matou 120 animais. A Reuters conta o caso.

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