
As imagens de Rio Bonito do Iguaçu, cidade do Centro-Sul do Paraná, após a passagem de um tornado na 6ª feira (7/11), são impressionantes. Cerca de 90% da área urbana do município de cerca de 14.000 habitantes foi devastada por ventos que atingiram 250 km/h. Até a manhã de ontem (9/11), havia seis mortos – dois deles nas vizinhas Guarapuava e Sulina -, 750 feridos e mais de 1.000 pessoas fora de casa.
Tornados são eventos climáticos comuns no Brasil, sobretudo no Centro-Sul, informa o g1. O país fica atrás apenas do chamado “corredor de tornados” nos Estados Unidos, mas o fenômeno que atingiu o Paraná pode estar entre os mais fortes registrados em território brasileiro, avalia o pesquisador Daniel Henrique Cândido, doutor em geografia pela UNICAMP. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) informou que o tornado atingiu o índice EF3, numa escala que vai até cinco.
Para o climatologista Francisco Assis Mendonça, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o tornado é resultado de fenômenos climáticos que têm se tornado mais frequentes e intensos. Inúmeros estudos já comprovaram que o aumento da frequência e da intensidade desses eventos é resultado das mudanças do clima.
Mendonça explica que o avanço do desmatamento e o aquecimento das águas do oceano eliminam o anteparo natural contra os ventos fortes. O que deixa as cidades mais vulneráveis a ciclones e tornados, destaca o g1.
Diretora-executiva da COP30, Ana Toni reforça que o supertornado mostra como o debate sobre mudanças climáticas é incontornável quando se fala de desenvolvimento econômico e prosperidade. “Seja o furacão [Melissa] na Jamaica, o tornado no Sul, esses eventos são mais uma grande evidência de que estamos falando sobre desenvolvimento e bem-estar das pessoas”, diz no UOL. “É sobre prosperidade porque o que foi devastado são as casas das pessoas, as escolas, estradas, isso é desenvolvimento”, completa.
Quem sobreviveu ao tornado ainda tenta entender o que aconteceu, informa o UOL. O aposentado Antônio Sabadini diz que teve sorte por ter saído vivo. Ele estava em casa com a esposa na hora do tornado e conta que se encostou na parede e que a mulher se escondeu embaixo da mesa enquanto caíam telhas e vidros por toda a casa. “Nunca tinha visto isso na vida. As casas ao redor foram todas ao chão. Minha vizinha foi para a UTI em estado grave.” O Sul, CNN e Folha também repercutiram o tornado que devastou o Paraná.



