OMM: 2025 deve ser o segundo ano mais quente da história

Projeção, que avalia medições de janeiro a agosto, faz parte de uma atualização do relatório “Estado do Clima Global” para subsidiar a COP30.
9 de novembro de 2025
estado global do clima
wmo.int State of the Climate update COP30

Mesmo sem El Niño, o ano de 2025 caminha para ser o segundo ou terceiro mais quente da história, o que reforça que o planeta já vive um “novo anormal” provocado pelas mudanças climáticas. A temperatura média global neste ano deve ficar 1,42oC acima dos níveis pré-industriais, portanto, a 0,8oC do limite de aumento de temperatura estabelecido no Acordo de Paris.

A projeção, que considerou as medições de temperatura feitas de janeiro a agosto, faz parte de uma atualização do relatório “Estado do Clima Global”, produzido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) para subsidiar as negociações na COP 30. Segundo a entidade, o resultado se insere numa sequência de 11 anos (2015-2025) nos quais foram registradas as temperaturas médias mais altas nos 176 anos de história dos registros observacionais, explica o Observatório do Clima.

Do conjunto de registros, as três temperaturas mais altas no período temporal observado ocorreram justamente nos últimos três anos, segundo a Folha. No ano passado foi registrado o recorde histórico do aumento de temperatura, de 1,55 °C, que pela primeira vez superou o teto preferencial do Acordo de Paris.

“Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta. Mas a ciência também é clara ao afirmar que ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5°C até o fim do século”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, em fala destacada pela Agência Brasil.

O relatório cita que fatores como a concentração de GEEs e a elevação da temperatura nos oceanos, que bateram recordes em 2024, continuaram a subir em 2025. A extensão do gelo marinho do Ártico foi a mais baixa já registrada e, na Antártica, permaneceu bem abaixo da média ao longo do ano.

Também tiveram impacto em cascata os eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais, inundações, ondas de calor e incêndios florestais, registrados em todo o mundo neste ano. Eventos que forçaram o deslocamento de milhões de pessoas em diversas regiões, prejudicando o desenvolvimento sustentável e o progresso econômico.

“Cada ano acima de 1,5 grau irá atingir as economias, aprofundar as desigualdades e infligir danos irreversíveis. Devemos agir agora, com grande velocidade e escala, para tornar o excesso o menor, mais curto e mais seguro possível – e reduzir as temperaturas de volta para abaixo de 1,5°C antes do final do século”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Estadão e Exame também noticiaram o novo relatório da OMM.

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