
Representantes de 11 países e blocos econômicos – entre eles China e União Europeia – assinaram um compromisso de aderir à proposta brasileira para integrar mercados de carbono regulados. A coalizão pretende alinhar parâmetros técnicos entre diferentes sistemas nacionais, permitindo assim que as permissões e cotas de emissão tenham o mesmo peso e credibilidade em qualquer parte do mundo.
Liderada pelo Ministério da Fazenda (MF), a iniciativa pretende harmonizar parâmetros de negociações de carbono pelo mundo. Ter regras e padrões comparáveis é considerado essencial para se criar um mercado de carbono efetivo, com liquidez e transparência, explica a CNN.
A falta de padronização é um dos principais entraves para o avanço do tema. Cada país adota critérios próprios de monitoramento, relato e verificação (o chamado sistema MRV), o que faz com que créditos idênticos em volume possam ter valores e graus de confiança distintos. Sem regras comuns, mercados regionais não se comunicam entre si, limitando a negociação e o potencial econômico do instrumento, informa o Correio Braziliense.
O Brasil queria usar a presidência da COP30 para pressionar por uma estrutura internacional de precificação de carbono diferente, baseada em acordos multilaterais, em vez de ter a UE como única definidora de padrões de fato. A partir de 2026, o bloco europeu colocará em vigor o mecanismo de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAM).
Para muitas nações, incluindo Brasil, China e Índia, o CBAM penalizará os países em desenvolvimento que estão em um estágio inicial de sua transição energética. Por isso, o MF intensificou as negociações para atrair países para a coalizão durante a conferência do clima.
Professora do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Catherine Wolfram está por trás da iniciativa. Ela foi a responsável por liderar um estudo que modelou como esse mecanismo funcionaria e por apresentar o tema a acadêmicos e executivos de alguns dos países que assinaram a declaração.
Catherine celebrou a adesão de China e UE à coalizão e disse que agora o objetivo é trazer a Índia, a quarta maior emissora de gases de efeito estufa. Ela também afirmou à Folha que um mercado global de emissões, como se espera, deve começar apenas na próxima década, quando detalhes técnicos e políticos estiverem resolvidos.
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Em tempo 1: O bilionário australiano Andrew Forrest, o primeiro investidor privado do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), disse que se ofereceu para atrair outros atores a investirem no mecanismo, segundo a Folha. Na 6ª feira (7/11), Forrest, que está em Belém para participar da COP30, anunciou que vai aportar US$ 10 milhões no TFFF, que somou cerca de US$ 5,5 bilhões em aportes no dia em que foi lançado.
Em tempo 2: No mesmo dia em que o magnata australiano anunciou seu investimento no fundo de florestas, o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, frustrou o governo brasileiro ao não anunciar um valor de contribuição para o TFFF. Merz disse que seu governo pretende aplicar uma "quantia significativa" no instrumento, sem entrar em detalhes. A ministra alemã de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Reem Alabali Radovan, negou à Folha que disputas internas do governo alemão tenham atrasado o anúncio de um valor. Segundo ela, falta resolver "questões técnicas".



