
A ambição da presidência da COP30 é fazer da conferência em Belém a “COP da implementação”. Parece difícil, mas não é. Como mostra um estudo do Climate Action Tracker divulgado na 4ª feira (19/11), se os países apenas cumprissem o que combinaram em COPs anteriores, o ritmo de aquecimento do planeta seria bem menor e poderíamos ficar próximos do limite de 1,5oC do Acordo de Paris.
O levantamento aponta três ações até 2030 que foram acertadas entre as nações: triplicar a capacidade instalada de fontes renováveis e duplicar a taxa de aumento de eficiência energética [COP28, em Dubai, em 2023]; e reduzir as emissões de metano [COP26, em Glasgow, em 2021]. Cumprindo essa lição de casa, evitaria-se um aumento da temperatura de quase 1°C, destaca o Guardian.
A implementação dessas medidas, somente entre os países do G20, reduziria as emissões globais de gases de efeito estufa em 18 bilhões de toneladas em 2035. Uma queda que seria suficiente para diminuir a velocidade do aquecimento global em um terço nos próximos 10 anos e reduzi-la pela metade até 2040.
“Se (os governos) conseguirem isso até 2035, será uma mudança radical, reduzindo rapidamente o ritmo do aquecimento na próxima década e diminuindo o aquecimento global neste século de 2,6°C para cerca de 1,7°C”, detalhou Bill Hare, diretor executivo da Climate Analytics, uma das organizações responsáveis pelo relatório.
Isso está bem próximo da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, ponto central do Acordo de Paris de 2015 sobre o clima. “Os resultados são realmente impressionantes. Seria a primeira grande melhoria e um grande passo adiante”, reforçou Hare.
Vale lembrar que combater o desmatamento é outra promessa climática feita pelos países que ainda não foi cumprida e é de suma importância. É uma tarefa essencial para evitar a redução ainda maior dos “sumidouros de carbono” do planeta, que absorvem dióxido de carbono da atmosfera e compensam as emissões de gases de efeito estufa provenientes de combustíveis fósseis.



