
Os avanços na ciência ambiental estão permitindo uma compreensão detalhada do custo humano da administração do presidente dos Estados Unidos, o negacionista Donald Trump, em relação ao clima. E o resultado é que mais gente vai morrer por culpa do “agente laranja”.
O aumento das temperaturas provocado pelas mudanças climáticas já está matando milhares de pessoas. Mas uma análise da ProPublica e do Guardian descobriu que a agenda de Trump para expandir a exploração de combustíveis fósseis e dizimar os esforços para reduzir as emissões aumentará substancialmente esse número de vítimas, com a grande maioria das mortes ocorrendo fora dos EUA, principalmente em países pobres da África e do sul da Ásia, menos preparados para o calor em excesso.
Com o aumento de emissões de gases de efeito estufa nos próximos 10 anos resultante das políticas anticlimáticas de Trump, mais 1,3 milhão de mortes relacionadas ao aquecimento global deverão ocorrer nos 80 anos seguintes a 2035, mostra a análise. O número real de pessoas mortas por calor será muito maior, mas “compensado” pela queda nas mortes por frio devido ao aumento da temperatura.
Os cálculos se baseiam em estimativas modeladas das emissões adicionais que serão liberadas como resultado das políticas trumpistas, bem como em uma métrica revisada por pares referente ao que é conhecido como o custo de mortalidade do carbono. Essa métrica prevê o número de mortes relacionadas à temperatura decorrentes das emissões adicionais.
A estimativa reflete as mortes por causas relacionadas ao calor, como insolação e agravamento de doenças existentes, menos as vidas salvas pela redução da exposição ao frio. Não inclui o enorme número de mortes esperadas por efeitos mais amplos da crise climática, como secas, inundações, guerras, doenças transmitidas por vetores, furacões, incêndios florestais e redução da produtividade agrícola.
Embora expressivo, o número é apenas uma fração das estimadas 83 milhões de mortes relacionadas à temperatura que podem resultar de todas as emissões causadas pelo ser humano no mesmo período, caso a poluição que aquece o clima não seja reduzida. Mas evidencia o custo humano de se priorizar os interesses corporativos dos EUA em detrimento das vidas de pessoas ao redor do mundo, destaca a análise.



