
Após um longo impasse, Turquia e Austrália acordaram sediar a COP31 em conjunto em 2026. A decisão foi oficialmente documentada no fim da COP30, lembra a Reuters. Pelo formato, a Turquia será a anfitriã do evento, enquanto a Austrália assumirá a liderança das negociações.
O arranjo não é inédito: em 2019, a COP25 foi realizada na Espanha sob a presidência da então ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt. A mudança aconteceu por conta dos protestos que na época abalaram o país sul-americano por semanas. O que não é o caso do atual acordo entre turcos e australianos, que se deu após muita disputa e ameaça de levar a COP31 para Bonn, na Alemanha, sede da Convenção do Clima (UNFCCC).
O presidente da COP31 será turco e designará um vice-presidente da Austrália, que também presidirá as negociações. A Exame detalha a divisão dos trabalhos.
Entre as atribuições principais da Turquia estão preparar as comunicações sobre a conferência; cumprir todas as responsabilidades operacionais e logísticas previstas para um anfitrião; ser responsável pela agenda de ação; e nomear o Campeão Climático de Alto Nível e o Jovem Campeão, que será indicado pela Austrália.
Já o representante australiano levará adiante todos os mandatos decorrentes dos resultados negociados; convocará consultas e reuniões ao longo do ano, conforme necessário para orientar as negociações, incluindo assumir suas responsabilidades operacionais e logísticas; conduzirá as comunicações relacionadas às negociações; e selecionará ministros e outros cofacilitadores das negociações, liderando a agenda de negociações na COP31, o que inclui a elaboração de textos preliminares.
Além disso, haverá uma pré-COP em um país-ilha do Pacífico com o apoio da Austrália. O local ainda não foi decidido, mas possibilitará que líderes apoiem iniciativas lideradas pelas nações do grupo, um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas.
Mal começaram os preparativos e a COP31 já cria problemas na Austrália. A nomeação do ministro das mudanças climáticas e energia do país, Chris Bowen, para liderar as negociações trouxe ruídos internamente. Segundo Sky News e Guardian, a oposição alegou que o ministro trabalharia parcialmente nas demandas nacionais e integralmente na agenda da conferência. A crítica vem, principalmente, do atual contexto de aumento das contas de energia no país.
O Sky News também detalha as discussões no governo do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, para a possível substituição de Bowen por Andrew Charlton, ministro adjunto da Ciência, Tecnologia e Economia Digital.



