
Em 2025, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica foi o menor e o de menor duração desde 2019. É o segundo ano consecutivo com buracos menores na camada de ozônio, após uma série de buracos maiores e mais duradouros ocorridos entre 2020 e 2023.
A boa notícia consta de um boletim técnico do serviço Copernicus, o observatório climático da União Europeia, divulgado na 2ª feira (1/12). Os cientistas espaciais europeus descreveram a descoberta como um “sinal tranquilizador” da recuperação da camada, destaca o Guardian.
Segundo o documento, o buraco começou a se desenvolver em agosto e apresentou uma dinâmica distinta da ocorrida de 2020 a 2023, quando aumentou de tamanho e duração, explica o Observatório do Clima. A abertura anual atingiu uma área máxima de 21 milhões de km² sobre o Hemisfério Sul em setembro – bem abaixo do máximo de 26 milhões de km² de 2023 – e encolheu gradualmente até se encerrar antecipadamente anteontem, mostram dados do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS).
“O fechamento mais cedo e o tamanho relativamente pequeno do buraco de ozônio deste ano são um sinal tranquilizador. Reflete o progresso constante que estamos observando ano após ano na recuperação da camada de ozônio graças à proibição das SDO (substâncias destruidoras do ozônio)”, avalia Laurence Rouil, diretora do CAMS.
A especialista atribuiu o resultado à implementação bem-sucedida do Protocolo de Montreal. O acordo foi assinado por 198 países há 38 anos e levou à eliminação gradual de mais de 99% da produção e do consumo de substâncias que destroem o ozônio, tais como o clorofluorcarbono (CFC) e o brometo de metila.
“Esse progresso deve ser celebrado como um lembrete oportuno do que pode ser alcançado quando a comunidade internacional trabalha em conjunto para enfrentar desafios ambientais globais”, reforça Laurence. Um lembrete muito oportuno do poder do multilateralismo, sobretudo com o aumento da temperatura do planeta prestes a superar os 1,5oC do Acordo de Paris.
Localizada na estratosfera, a camada de ozônio funciona como um escudo que protege a Terra da radiação do Sol. Na década de 1970, cientistas descobriram que os CFCs, presentes em aparelhos de refrigeração e aerossóis, estavam destruindo a camada. A detecção de um buraco sazonal sobre a Antártica, que se abre entre agosto e setembro, levou a uma movimentação política que culminou no Protocolo de Montreal, em vigor desde 1989, lembra a Folha.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estima que a camada de ozônio deva recuperar os níveis anteriores aos anos 1980 até meados de 2050, reduzindo os riscos de câncer de pele e danos aos ecossistemas devido à exposição excessiva aos raios ultravioleta. A previsão é que o rombo sobre a Antártica seja restaurado até 2066.
Metsul e Meteored também noticiaram os dados sobre a camada de ozônio.



