
Os caminhões pesados elétricos representaram 22% das vendas na China no primeiro semestre de 2025, segundo dados da consultoria de pesquisa BMI citados pelo Independent. A análise aponta ainda que os caminhões elétricos poderão representar até 60% das vendas já em 2026.
As vendas do primeiro semestre de 2025 triplicaram em comparação com o mesmo período de 2024, com os fornecedores também exportando um número crescente de veículos. As redes de carregamento rápido estão se desenvolvendo rapidamente nas principais rotas de frete do país.
Os custos dizem tudo: os caminhões elétricos na China hoje têm um custo total (aquisição mais uso) de 10 a 26% menor do que os equivalentes a diesel, graças a subsídios, à queda nos preços do lítio e às redes eficientes de troca de baterias.
A CATL, maior fabricante mundial de baterias, planeja implantar 300 estações de troca até o final do ano, criando uma rede que abrange 150 mil quilômetros de importantes rotas de frete — o suficiente para tornar a eletrificação de longa distância perfeita para as operadoras.
Como o portal Quasa assinalou, o aumento da eletrificação do transporte não vem por acaso. É o início de uma mudança ampla pela qual a China está buscando eliminar agressivamente o transporte de mercadorias movido a combustíveis fósseis, reduzindo drasticamente a procura por diesel e, em futuro próximo, impactando o mercado global de petróleo.
E no Brasil? Aqui os caminhões movidos a diesel são responsáveis por entre 60% e 80% do transporte de cargas, segundo diferentes estudos. E a queima de diesel foi responsável, em 2024, por 45% das emissões de CO2 do transporte rodoviário em geral (cargas e passageiros). Como a experiência internacional mostra que o transporte de cargas por caminhões elétricos é mais barato que por caminhões a diesel, é hora das montadoras aqui instaladas ficarem alertas, sob o risco de verem o mercado ocupado pelos fabricantes chineses de caminhões elétricos.



