
Um colaborador do IBAMA foi assassinado a tiros na 2ª feira (15/12) durante uma operação de desintrusão na Terra Indígena Apyterewa, de 773 mil hectares, no sudeste do Pará. De acordo com o órgão, a emboscada aconteceu durante a retirada de cerca de 350 cabeças de gado de uma área invadida na TI.
Durante a ação, um vaqueiro foi atingido por um tiro no pescoço. Ele chegou a ser socorrido e transportado de helicóptero até um hospital em São Félix do Xingu, mas não resistiu, informam Brasil 247 e Diário do Pará. Segundo agentes, não havia indígenas na área no momento do ataque.
A operação concentra-se na retirada de cerca de 1.300 cabeças de gado distribuídas em 45 pontos na TI Apyterewa, explica a Cenarium. É parte da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, que trata da desintrusão de TIs já demarcadas. Proposta no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a ADPF tem como objetivo remover invasores de oito Territórios Indígenas, em diferentes regiões.
Além do IBAMA, a força-tarefa para retirar invasores da TI Apyterewa inclui Ministério dos Povos Indígenas (MPI), FUNAI, ABIN, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Civil, Polícia Militar e a Agência de Defesa Agropecuária do Pará. Como Metrópoles e O Globo informam, a TI, onde vive o Povo Parakanã, está entre as áreas mais conflituosas da Amazônia. O território é ameaçado por pescadores, garimpeiros, madeireiros, fazendeiros e grileiros, detalha a Folha.
Dados do Ministério Público Federal (MPF) mostram que, entre 2012 e 2022, fazendas do Pará adquiriram cerca de 47.200 cabeças de gado ilegalmente criado na TI. As transações movimentaram mais de R$ 130 milhões no período.
A TI Apyterewa foi o Território Indígena da Amazônia Legal mais desmatado entre 2019 e 2022, de acordo com o MPI.



