Por que incluir o volume de água armazenado nos reservatórios das hidrelétricas no Painel de Controle da crise climática?
O desmatamento na Amazônia afeta o regime de chuvas no Centro-Oeste e em partes do Sudeste e Sul do país. A quantidade e distribuição das chuvas também está sendo alterada pelas mudanças climáticas. Essas mudanças são importantes para o sistema elétrico brasilero, no qual mais da metade da geração vem de usinas hidrelétricas.
O sistema foi baseado, há 60 anos, em grandes reservatórios para armazenar água durante o período de chuvas (em geral entre novembro e março) para ser usada para manter a geração durante o período seco (em geral entre maio e outubro). O gráfico que ilustra este texto mostra o volume de energia armazenada nos principais reservatórios do país. Os picos ocorrem no final das chuvas e os vales logo antes de voltar a chover. É possível notar que choveu pouco no final de 2013 e começo de 2014, quando foi preciso acionar as termelétricas a gás, óleo e carvão. Assim, o nível dos reservatórios importa para as emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico.
Atualmente, em 2021, existem 69 usinas hidrelétricas importantes com reservatórios: 40 nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, 19 no Sul, 4 no Nordeste e 6 no Norte. Como mostra a figura abaixo, os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste podem armazenar 42% do volume total do país. Esta região é a que mais consome eletricidade. Por esta razão é que as grandes hidrelétricas da região foram as primeiras a serem construídas.
GRÀFICO
Como se sabe do volume de água acumulada nos reservatórios?
O Operador Nacional do Sistema é o responsável por garantir que a demanda de eletricidade seja suprida a cada hora ao longo do ano todo. Para isto, ele decide quais usinas acionar e quais deixar de reserva. Uma das informações mais importantes para esta gestão é o nível de cada reservatório de hidrelétrica do país coletada e processada pelo ONS.
O que é previsto para a acumulação de água nos reservatórios?
A mudança do clima e o desmatamento da Amazônia tendem a reduzir o volume de chuvas no Sudeste/Centro-Oeste. Enquanto o parque de plantas eólicas e fotovoltaicas não crescer significativamente, o Operador será obrigado a acionar térmicas a gás natural, o que contribui para aumentar ainda mais o aquecimento global.
Para evitar esta espiral da morte, é preciso investir nas fontes renováveis. O país tem áreas com excelentes ventos e mal começou a mapear este potencial offshore. E também é privilegiado quanto à insolação e ao potencial de geração fotovoltaica.
Metodologia
O ONS (Operador Nacional do Sistema) mantém uma base de dados atualizada diariamente com a situação dos principais reservatórios das hidrelétricas. Valores agregados podem ser baixados da página com o histórico da operação e a situação nos principais reservatórios pode ser vista na página da energia agora.
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1 – http://www.ons.org.br/Paginas/resultados-da-operacao/historico-da-operacao/energia_armazenada.aspx
2 – http://www.ons.org.br/paginas/energia-agora/reservatorios
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Leia mais sobre XXX no ClimaInfo aqui.
ClimaInfo, XX de XXXX de 2021.