Após mais de dez anos observando as emissões nacionais em queda, os cidadãos dos EUA são informados de que elas voltaram a subir. Não chega a ser uma surpresa, dadas as políticas pró-fósseis de Trump.
O grande responsável é o setor de transportes. As emissões da indústria e dos edifícios permanecem aproximadamente iguais desde que a economia saiu da recessão em 2012. Já as dos transportes continuam em tendência de crescimento, também desde a recessão. O que fez diferença em 2018 foram as emissões da geração de eletricidade. As políticas de Obama que privilegiavam as fontes limpas foram abandonada e os reflexos das ações de Trump aparecem com todo seu esplendor na forma de mais emissões.
A Climate Action Tracker (CAT) atualizou seu ranking de compromissos climáticos dos países e de alinhamento destes com os limites de aumento da temperatura global de 1,5°C e 2°C. Como nas edições anteriores, nenhum país foi classificado como benchmark.
Só o Marrocos e a Gâmbia estão alinhados com o limite de 1,5°C. Butão, Costa Rica, Etiópia, Índia e as Filipinas estão alinhados com os 2°C. Depois vem um conjunto de 9 países, dentre os quais o Brasil, que foram classificados como “insuficientes” por indicarem um aumento de temperatura de até 3°C. Outros 10 foram classificados como “altamente insuficientes” por apontarem para um mundo 4°C mais quente. Finalmente, Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia e a Ucrânia são os “criticamente insuficientes” por seguirem uma trajetória de evolução de emissões que levariam o mundo a temperaturas superiores a 4°C.
Especificamente sobre o Brasil, o pessoal do CAT cita as frases proferidas por Bolsonaro durante a campanha do ano passado e o recrudescimento do desmatamento nos últimos anos. Assim, eles estimam que, embora não seja muito difícil para o país cumprir com sua NDC, há pouca esperança de que Bolsonaro aumente a ambição das metas nacionais na direção de um mundo com aquecimento limitado a 1,5°C.
A Axios comentou o trabalho.
ClimaInfo, 4 de junho de 2019.
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