ClimaInfo, 13 de abril 2018

ClimaInfo mudanças climáticas

NAVEGAÇÃO MARÍTIMA CONSEGUE CHEGAR A ACORDO NA RETA FINAL

A reunião da Organização Marítima Internacional termina hoje com um acordo, ufa! Até o fechamento desta nota não tínhamos sua versão final, mas soubemos que o acordo obtido, se não completamente alinhado ao objetivo de manutenção do aquecimento global abaixo dos 1,5oC como preconizado pelo Acordo de Paris, pelo menos é melhor do que o esperado nos últimos dias. Durante a semana, vimos Brasil, Argentina e Arábia Saudita aliados tentando bloquear o estabelecimento de metas absolutas de redução das emissões de carbono da navegação internacional. Justificando sua posição, os negociadores brasileiros alegavam o temor de eventuais impactos sobre os fretes e a competitividade das exportações brasileiras de commodities minerais e agrícolas.

Na noite de 4a feira, o Observatório do Clima (OC) enviou uma carta à Temer e à alguns de seus ministros criticando duramente a posição do Brasil nas negociações, afirmando que esta contradiz os compromissos assumidos junto ao Acordo de Paris. O OC disse na carta que os prejuízos causados pelo aquecimento global superam os previstos pela visão mercantilista que baixou nos negociadores. Num tuíte enviado ontem à tarde, o movimento católico pelo clima pediu explicitamente ao Brasil e à Argentina que apoiassem medidas alinhadas a Paris, o que “diminuiria o sofrimento da criação e dos marginalizados”.

Soltaremos ainda hoje uma edição especial do ClimaInfo com uma análise e a repercussão do texto final do acordo.

http://www.observatoriodoclima.eco.br/posicao-brasil-no-acordo-de-navegacao-e-injustificavel-diz-oc/

http://www.valor.com.br/internacional/5446385/acordo-preve-tres-metas-de-corte-de-gases-estufa#

https://twitter.com/CathClimateMvmt/status/984459155389014018

https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/brasil-lidera-grupo-contra-emissao-de-zero-carbono-nos-mares.html

http://eciu.net/blog/2018/shipping-emissions-time-to-clean-up-the-act

http://www.lemonde.fr/planete/article/2018/04/12/le-transport-maritime-maillon-faible-du-climat_5284329_3244.html

http://www.bbc.com/news/world-43714029

 

NAVEGAÇÃO TERÁ QUE CORTAR EMISSÕES DE ENXOFRE

A notícia é velha, de 2010, quando da aprovação pela OMI de uma resolução que previa a redução do teor de enxofre dos combustíveis usados na navegação internacional de 3,5% para 0,5%, até 2020. Analistas dizem que esta redução seria possível por duas rotas distintas. Uma delas seria seguir queimando o óleo pesado usado atualmente, mas em navios equipados com um monte de filtros e esquemas de limpeza; a outra envolveria a substituição destes combustíveis sujos por outros com muito menos enxofre. Instalar os filtros necessários seria custoso e inadequado, pois estes ocupariam espaço e agregariam peso às embarcações, reduzindo a capacidade de carga e a rentabilidade. Por outro lado, os combustíveis compatíveis com a meta custam mais caro e tendem a encarecer o frete.

Estes problemas são conhecidos há pelo menos 8 anos, mas a consultoria Wood Mackenzie alertou nesta semana sobre o elevado aumento esperado nos custos dos combustíveis de baixo teor de enxofre e, também, sobre os armadores não terem capacidade de preparar suas frotas com filtros a tempo. Isto mostra o quanto esse setor tenta se safar dos controles que a sociedade global busca impor sobre suas atividades, e não é um bom sinal para as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa negociadas durante esta semana.

http://www.imo.org/en/MediaCentre/HotTopics/GHG/Documents/FAQ_2020_English.pdf

https://uk.reuters.com/article/us-shipping-fuel-costs/shipping-fuel-costs-to-spike-25-percent-in-2020-on-sulfuric-cap-woodmac-idUKKBN1HI1AT

 

RENOVÁVEIS AJUDAM A REDUZIR EMISSÕES DA NAVEGAÇÃO

Já que os navios são o assunto da semana, vale ler o artigo publicado pela Business Green que fala de navios que estão instalando geradores eólicos para aproveitamento da energia dos ventos e redução do consumo de combustíveis. Num navio norueguês, a captação não é feita com as já tradicionais pás gigantes, mas por meio de um cilindro que gira ao sabor do vento se aproveitando do efeito Magnus (um vídeo no YouTube explica bem o tal efeito). O navio é equipado com um sistema conectado às previsões do tempo, que ativa a geração eólica quando há um bom vento a ser aproveitado. E, na paradisíaca Bora Bora, um pessoal montou um teto repleto de painéis fotovoltaicos sobre um catamarã utilizado para travessias entre as ilhas. Quando atracado, os painéis são conectados a baterias instaladas em terra que armazenam energia usada em plantas de dessalinização. Melhor definição de “sombra e água fresca” não há.

https://www.businessgreen.com/bg/news-analysis/3029967/low-carbon-shipping-solar-and-wind-assisted-vessels-set-sail-at-sea

https://www.youtube.com/watch?v=2OSrvzNW9FE

 

TRIBUNAIS DE CONTAS ESTADUAIS AUDITARÃO GESTÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS NA AMAZÔNIA

Os Tribunais de Contas de nove estados assinaram um convênio com o da União para começar a auditar as contas de Unidades de Conservação na Amazônia. A finalidade primeira é ajudar os gestores a solucionar os problemas por eles identificados e identificar outros que passam despercebidos. A ação é uma resposta à auditorias feitas em 2014 pelo TCU que detectaram uma série de problemas e descasos nas UCs.

http://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/tribunais-de-contas-vao-auditar-areas-protegidas-na-amazonia/

http://www.oeco.org.br/blogs/oeco-data/27974-tcu-aponta-abandono-de-unidades-de-conservacao-da-amazonia/

 

THE ECONOMIST SUGERE TECNOLOGIA BLOCKCHAIN PARA SALVAR AMAZÔNIA

Um pessoal da Economist gravou um vídeo explicando como usar um sistema de blockchain para proteger a Amazônia. Eles sabem que a Amazônia contém a maior biodiversidade do mundo e que tem muita coisa lá passível de ser aproveitada. Eles pinçam a história do roubo de sementes de seringueira feito por um inglês que as levou para colônias inglesas no sudeste asiático, o que enterrou o ciclo da borracha amazônico. Para prevenir mais biopirataria, os patrícios da Economist sugerem a criação de um sistema de blockchain, no qual os países da bacia amazônica depositam o sequenciamento do DNA e de outras moléculas especiais obtidas de espécies vegetais e animais. Quem quiser usar essa informação, paga royalties para o país que a depositou. Esses royalties funcionariam, então, como incentivo para que os países amazônicos preservem a floresta e a sua biodiversidade. O vídeo, em inglês pode ser visto no link desta nota.

Em tempo: a ideia de valorar a biodiversidade da Amazônia vem sendo defendida há anos por Carlos Nobre, um dos maiores climatólogos brasileiros da atualidade.

https://www.youtube.com/watch?v=nSY1pHXM69Y&cid1=cust/ednew/n/bl/n/20180412n/owned/n/n/nwl/n/n/la/112914/

 

NOVAS TÉRMICAS FÓSSEIS EM MINAS GARANTEM QUE CONTINUAREMOS EMITINDO PARA ALÉM DE 2050

A Cemig, Companhia Energética de Minas Gerais, e seu braço de gás natural, querem levar um projeto de três térmicas a gás para o próximo leilão de geração. O leilão é do tipo A-6, no qual os geradores se comprometem a iniciar a operação 6 anos depois da assinatura do contrato. A Cemig quer construir duas térmicas nas proximidades de Poços de Caldas, uma de 250 MW e outra de 300 MW, aproveitando a conclusão do gasoduto que vem de Paulínia. Uma terceira, bem maior, de 1 GW, seria alimentada pelo gás que vem do Rio de Janeiro. Cada térmica destas, além de beber muita água, terá vida útil de pelo menos 30 anos. Assim, se estas usinas forem contratadas, estamos fechando um compromisso com a continuidade das emissões de gases de efeito estufa para além de 2050.

http://www.valor.com.br/empresas/5446323/cemig-tem-3-projetos-para-usinas-termicas#

 

GOVERNE COMO UMA GAROTA!

A primeira-ministra da Nova Zelândia baixou uma ordem proibindo a concessão de novas licenças de exploração de óleo e gás no grande campo ao sul das ilhas, pegando as petroleiras de surpresa. Jacinda Ahern, que tem menos de 40 anos, é feminista e está grávida, disse em uma universidade que “temos sido líderes mundiais em temas críticos para a humanidade ao permanecermos sem usinas nucleares… agora, podemos ser o país líder mundial nos tornando carbono-neutros”. A expressão ‘carbono-neutro’ indica que a mesma quantidade de gases de efeito estufa emitida por um país é também sequestrada por este da atmosfera por algum meio, por exemplo, pela recomposição de florestas.

Já no mundo fóssil de Trump e de seu secretário de energia Zinke, os governadores democratas e republicanos dos estados costeiros estão exercendo uma forte pressão contrária à liberação da exploração de petróleo em seus mares. Os governadores entendem que a mudança do clima ameaça seu território com furacões, tempestades, marés mais elevadas, e não querem a extração de fósseis que só aumentariam os riscos. Que falta faz aos EUA uma presidente à la Ahern.

Em tempo: agradecemos à Rebeca Lerer pelo título desta nota.

https://www.theguardian.com/world/2018/apr/12/new-zealand-bans-all-new-offshore-oil-exploration-as-part-of-carbon-neutral-future

https://www.reuters.com/article/us-newzealand-oil-exploration/new-zealand-halts-future-oil-and-gas-offshore-exploration-permits-idUSKBN1HI383

https://www.bna.com/zinke-gets-bipartisan-n57982091009/

 

UMA DAS MAIORES TÉRMICAS A CARVÃO DOS EUA ESTÁ QUASE FECHANDO

Por mais que Trump e asseclas forcem a barra, o carvão não decola nos EUA. A maior térmica do oeste norte-americano vinha capengando e seus donos tentando vendê-la há 2 anos. Aparentemente decidiram fechá-la por falta de interessados. A Navajo Generating Station, de 2,4 GW, compra carvão de uma mina gerida pelos índios Navajos e polui bastante o ar destes e da vizinha tribo Hopi. A geração a carvão não consegue competir com o gás do folhelho texano, mesmo com todo o prometido por Trump.

Embora os velhos peles-vermelha, com o encerramento das atividades da termelétrica, venham a perder renda e empregos, eles entendem que a hora do carvão já passou. Vamos ver se o recado pele-vermelha chega até a cara-pálida-alaranjada do Trump.

https://www.nbcnews.com/news/us-news/biggest-coal-burning-power-plant-west-most-likely-shutting-down-n864981

 

WRI LANÇA PLATAFORMA SOBRE OS RECURSOS FÍSICOS DO PLANETA

O World Resources Institute lançou a plataforma Resource Watch que mostra no mapa da Terra o que acontece dinamicamente com seus recursos naturais. A plataforma captura dados de centenas de bancos de informações e permite ao usuário observar os desafios enfrentados pela humanidade: mudança do clima, pobreza, crise hídrica, poluição do ar, migração e muito mais. O website da plataforma se conecta também com estudos e matérias que estão sendo produzidos a partir desta montanha de informação.

Duas matérias podem interessar de imediato. Uma mostra que a Cidade do Cabo não é a única grande cidade do mundo que pode ficar sem água no curto prazo. Casablanca, no Marrocos, e toda a região de seu entorno, está seriamente ameaçada pelo esvaziamento do reservatório de Al Massira. Todo o estado de Gujarat e seus 30 milhões de habitantes estão vendo secar o reservatório Sardar Sarovar; lá o governo proibiu usar água para irrigação, complicando a produção de alimentos. No Iraque, a represa de Mosul também está quase seca e o abastecimento da cidade, ameaçado. Lá, a escassez é mais motivada pelos aproveitamentos do lado da Turquia, que estão secando o Tigre e o Eufrates. Lembrando que Mosul é tida, pelo povo curdo, como sua capital. Na península ibérica, a represa de Buendia está secando, não mais gerando energia e ameaçando o abastecimento de todo o sudoeste da Espanha e sul de Portugal. A situação é fruto de um longo período de chuvas muito abaixo do registro histórico.

Outra matéria mostra que metade das usinas térmicas do mundo, que bebem muita água para resfriar seus circuitos de vapor, fica em regiões de stress hídrico. O Nordeste brasileiro aparece com destaque.

https://resourcewatch.org/

https://resourcewatch.org/blog/2018/04/11/its-not-just-cape-town-4-shrinking-reservoirs-to-watch/

https://www.theguardian.com/environment/2018/apr/11/day-zero-water-crises-spain-morocco-india-and-iraq-at-risk-as-dams-shrink

https://resourcewatch.org/blog/2018/04/11/water-stress-threatens-nearly-half-the-worlds-thermal-power-plant-capacity/

 

A CORRENTE DO GOLFO ESTÁ MAIS FRACA, E A CIRCULAÇÃO DO ATLÂNTICO MAIS LENTA

Dois estudos publicado na Nature mostram que a grande circulação de água do Atlântico chamada de AMOC (sigla em inglês de Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico) está mudando. Ela compreende a Corrente do Golfo, no Atlântico tropical, e seu braço, a Corrente do Atlântico Norte. Por meio deste movimento, as águas quentes dos trópicos aquecem o litoral norte da Europa, e uma vez resfriadas, voltam para os trópicos pelo litoral do Canadá e dos EUA.

O primeiro trabalho analisa registros existentes de temperaturas do mar nos últimos 150 anos, e observa que a AMOC está bem mais lenta do que a há cem anos, e ficando cada vez mais lenta. Medições recentes, assim como os modelos climáticos usados, mostram que as águas do litoral norte da Europa estão esfriando enquanto o litoral norte-americano se aquece, o que pode parecer meio estranho, mas perfeitamente esperado. As medições sugerem que a circulação perdeu 15% da sua velocidade desde 1950.

O segundo trabalho infere o que aconteceu nos últimos 1500 anos por meio da análise de sedimentos em terra e no fundo do mar. Os pesquisadores confirmaram que, nos últimos 150 anos, a AMOC ficou mais lenta do que em qualquer período anterior compreendido na análise.

Os dois trabalhos divergem quanto ao começo do processo de ralentação, mas concordam firmemente que o aquecimento global é o primeiro responsável pelo que vem ocorrendo nos últimos 50 anos.

https://www.nature.com/articles/s41586-018-0006-5

https://www.nature.com/articles/s41586-018-0007-4

https://www.carbonbrief.org/atlantic-conveyor-belt-has-slowed-15-per-cent-since-mid-twentieth-century

https://www.washingtonpost.com/news/energy-environment/wp/2018/04/11/the-oceans-circulation-hasnt-been-this-sluggish-in-1000-years-thats-bad-news/

 

Para ver

A TROCA

A animação retrata as violências cometidas contra os povos indígenas desde os tempos coloniais, mostrando que, depois de séculos de “troca injusta”, os povos indígenas seguem mais fortes do que nunca na sua resistência e convidam a sociedade brasileira para participar dessa luta. A animação foi lançada nesta semana para divulgar o Acampamento Terra Livre, que acontece há 15 anos em Brasília e pode ser vista no site do ISA e no YouTube.

https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/filme-a-troca-e-lancado-em-apoio-ao-acampamento-terra-livre-2018

 

Para ler

VIDA URBANA E SAÚDE

O professor Paulo Saldiva faz uma analogia da cidade com um ser humano. O paciente escolhido é São Paulo, que ele diagnostica como obeso porque “cresceu mais que seu esqueleto e articulações conseguem suportar”, tem bronquite crônica, devido ao ar que poluiu, e tem insuficiência renal, porque não consegue tratar seus efluentes de modo adequado. Se não bastasse, o paciente é careca, por ter cortado quase todas suas árvores e cimentado o que sobrou de vegetação, e ficou impotente, por ser incapaz de prover políticas públicas que o aliviem. O livro saiu no começo do mês e custa R$ 27 (128 págs.)

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/04/sao-paulo-esta-obesa-e-tem-bronquite-cronica-diz-medico-da-usp.shtml

 

Para ir

WORKSHOP: A TERMELETRICIDADE NO NOVO CONTEXTO DO SETOR ELÉTRICO – A importância da avaliação de impactos ambientais

Organizado pelo IBAMA e pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), nele serão discutidos os principais desafios regulatórios e institucionais para a avaliação e gestão de impactos ambientais da termeletricidade. Também será discutida a factibilidade de soluções tecnológicas de menor impacto ambiental.
Dias 25 e 26 de abril, no auditório do Ibama, em Brasília.
Inscrições e programa completo no link abaixo.
http://bit.ly/WorkshopUTEs

 

Para participar

CONCURSO DE PROJETOS DE DESTINAÇÃO DE ÁREAS MINERADAS PARA UTILIZAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL

A USP publicou edital para o concurso sobre a reutilização de antigos locais de mineração no estado. No lançamento do concurso, o secretário de energia do estado disse que “para ter mineração é preciso extrair o minério, seja uma simples areia, argila, pedra ou minerais mais sofisticados, tirando da natureza e o transformando. O que fica, numa cava ou numa meia encosta, precisa de um tratamento que permita seu uso inteligente e até uma solução urbanística notável”.

A participação no concurso é restrita a estudantes universitários de São Paulo. Mais informações, edital e inscrição no link abaixo.

http://mineracao.nap.usp.br/pt-br/eventos/concurso-destinacao-areas-mineradas

http://sites.poli.usp.br/org/informativos/abril2018/EDITAL_CONCURSO_DestinacaoAreasMineradasGLC_final.pdf

 

Para ver

SOB A PATA DO BOI

O documentário é resultado de dois anos de investigação sobre o gado enquanto causa do desmatamento da Amazônia. Dirigido por Marcio Isensee e Sá, o filme é uma produção do site ((o))eco, de jornalismo ambiental, e do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). O trailer pode ser visto no link do Vimeo e no site do documentário tem uma série de reportagens frutos do trabalho.

http://sobapatadoboi.com/

https://vimeo.com/262113993

 

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