Reações ao desmonte da agenda ambiental promovido por Doria em SP

A Associação de Especialistas Ambientais do Estado de São Paulo e mais duas organizações de funcionários ligados à área ambiental do estado publicaram uma carta aberta denunciando o tratamento dado pelo governo João Doria ao meio ambiente. As tentativas de participação dos técnicos nas discussões de reformulação de políticas e estruturas dos órgãos foram ignoradas pelo governo. Doria está imitando o governo federal e pretende transferir uma série de atribuições ambientais para Secretaria da Agricultura. Como está fazendo Bolsonaro, trata-se de colocar o meio ambiente na mão do agronegócio. E, lá como cá, há um claro conflito de interesse entre o agronegócio e as atividades de fiscalização e controle que lhes dizem respeito. Os signatários acreditam “que a produção rural e a conservação ambiental são interdependentes, e o desenvolvimento sustentável na zona rural será resultado do trabalho conjunto entre a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, cada uma com suas atribuições, vocação e missão. Sabemos que alterações nas estruturas do governo são necessárias e justificáveis para atender as mudanças da sociedade, porém elas devem primar pelo interesse público, numa construção minimamente técnica e participativa”. Por estes motivos, os signatários manifestam-se “em favor de que as agendas ligadas à biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável, seu corpo técnico e suas dotações orçamentárias devem ser mantidas integralmente na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e de forma autônoma à agenda de comando e controle.” A carta recebeu o apoio de 11 organizações da sociedade civil.

 

Boletim ClimaInfo, 25 de fevereiro de 2019.