Usinas nucleares estouram prazos e orçamentos na Europa

A indústria nuclear europeia já vinha brigando com prazos e orçamentos antes do acidente de Fukushima. Depois do acidente, vários projetos foram cancelados. Mas não todos. A Climate News Network discute um pouco da indústria na Europa por meio dos casos de duas das mais modernas usinas em construção. A primeira, na Finlândia, deveria ter começado a operar há dez anos atrás. Por problemas na construção e de projeto, o prazo foi estendido e os primeiros MWh deveriam ter sido entregues à rede em outubro passado. Não foram. Na semana passada, o prazo foi estendido para junho e, provavelmente, será necessário adiar mais uma vez. O custo era inicialmente previsto em € 3 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões), mas já se fala em mais de € 9 bilhões. A segunda usina fica na França (aliás, os dois projetos são da francesa EDF). A usina francesa está sofrendo sucessivas falhas na montagem de tubos críticos no reator. No plano original, ela custaria os mesmos € 3 bilhões e estaria funcionando em 2012. O orçamento já subiu para quase € 11 bilhões (pouco menos de R$ 50 bilhões) e a central não começará a operar antes de meados do ano que vem. A EDF tem muita experiência, já construiu quase 100 usinas nucleares, e mesmo assim enfrenta esses problemas. Difícil ser otimista a ponto de achar que o enrosco de Angra 3 habilitará o país a seguir por essa complicada e arriscada trilha.

 

ClimaInfo, 17 de abril de 2019.