Elétricas dos EUA enfrentam a mudança do clima

No ano passado, os incêndios florestais na Califórnia levaram a Pacific Gas & Electric Company (PG&E) – concessionária elétrica que atende parte do estado – a pedir concordata. Um dos maiores incêndios parece ter começado na sua rede. O Wall Street Journal diz que “a PG&E não tem como prevenir que suas linhas de transmissão produzam faíscas que originam incêndios que matam dezenas de californianos. Assim, ela planeja cortar a luz de uma porção enorme da população do estado. Nenhuma concessionária americana jamais cortou tanta gente de propósito. A PG&E disse que poderia cortar a energia de 15% da população por até 5 dias quando baterem ventos perigosamente fortes.”

Uma outra concessionária do país, a Southern Company, está inovando. Um total de até US$ 2 milhões do bônus anual de seu CEO foi condicionado à redução de emissão das operações da empresa. O anúncio pegou muita gente de surpresa porque a empresa, historicamente, tem lutado contra as tentativas governamentais de obrigação de redução de emissões. Mais, o próprio CEO, Tom Fanning, disse em 2017 que “é certeza” que não foi provado que o dióxido de carbono que sai das chaminés das térmicas fósseis da empresa seja a principal causa da mudança do clima. A matéria da AJC diz que, quer ele esteja convencido ou não, Fanning tem um interesse financeiro pessoal em tratar de reduzi-las.

 

ClimaInfo, 30 de abril de 2019.