O Congresso Mundial de Hidrelétricas acontece nesta semana, em Paris, sob uma série de perguntas: as hidrelétricas são, de fato, renováveis? É possível construir uma hidrelétrica sem impactos ambientais e sem impactos sociais? Sob que condições vale a pena construí-las?
Para preparar as discussões, foram lançados dois relatórios.
O primeiro, fruto de um trabalho conjunto do WWF e da TNC (The Nature Conservancy), tem o sugestivo título de “Conectado e Fluindo: um futuro renovável para rios, clima e pessoas”.
O foco do trabalho é quase uma resposta a um artigo científico publicado na semana passada que constatou que ⅔ dos grandes rios do mundo têm barragens atrapalhando o fluxo de suas águas.
O relatório conclui que o rápido crescimento das gerações eólica e fotovoltaica permite que se escolha os aproveitamentos hidrelétricos que apresentem realmente impactos muito pequenos.
Mark Lambrides, diretor da TNC, diz que “pela primeira vez mostramos como a revolução da energia renovável oferece uma oportunidade para planejar a combinação correta de fontes renováveis na matriz elétrica e, ao mesmo tempo, evitar a fragmentação de rios, o deslocamento de comunidades e contribuir para a perda de água doce e seus peixes que alimentam milhões.”
A Water Power Magazine e a Economic Times da Índia comentaram o trabalho. O WWF mantém uma página sobre a importância de rios livres de obstáculos que vale uma olhada.
De seu lado, a Associação Internacional de Hidrelétrica (IHA) também publicou um relatório com os números do aumento de capacidade, aumento de energia gerada.
O relatório não economiza no uso das palavras ‘renovável’, ‘limpa’ e ‘sustentável’. Mas a palavra ‘adaptação’ é mencionada uma única vez em um trecho sobre resiliência climática. E só fala dos impactos que as hidrelétricas sofrem e dos que ela evita. Não há menção ao impactos por elas produzidos.
ClimaInfo, 14 de maio de 2019.
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