Reações à invasão das Terras Indígenas Waiãpi no Amapá

30 de julho de 2019

O site do ISA publicou uma nota do Conselho das Aldeias Waiãpi detalhando a invasão de suas terras: na 2ª feira da semana passada, “o chefe Emyra Waiãpi foi morto de forma violenta na região da sua aldeia Waseity (…) Nos dias seguintes, parentes examinaram o local e encontraram rastros e outros sinais de que a morte foi causada por pessoas não-indígenas, de fora da Terra Indígena.” Na 6ª feira eles “encontraram um grupo de não-índios armados nos arredores da aldeia (Yvytotõ) e avisaram as demais aldeias pelo rádio. À noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçando os moradores.”

Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, declarou que “o assassinato de Emrya Waiãpi (…) é trágico e repreensível por si só”. Mas que “também é um sintoma perturbador do crescente problema da invasão de Terras Indígenas – especialmente, de florestas – por mineradores, madeireiros e fazendeiros no Brasil”. Ela exortou “o governo do Brasil a agir de forma decisiva para deter a invasão de Territórios Indígenas e garantir o exercício pacífico dos seus direitos coletivos à sua terra”.

A CNBB, dos bispos católicos, se disse atenta e preocupada com os acontecimentos: “Há de se encontrar caminhos para superar os processos que ameaçam a vida, pela destruição e exploração que depredam a Casa Comum e violam direitos humanos elementares da população. É preciso, asO site do ISA publicou uma nota do Conselho das Aldeias Waiãpi detalhando a invasão de suas terras: na 2ª feira da semana passada, “o chefe Emyra Waiãpi foi morto de forma violenta sim, enfrentar a exploração desenfreada e construir um novo tempo, tempo de Deus, humanizado, na Amazônia.”

Enquanto isso, Bolsonaro, quem não perde a chance de afrontar até os mortos, disse ontem que “as informações até o momento, eu vou atualizar de manhã, não tem nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá.” O relato é d’O Globo.

Já a relatora da ONU para os Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, foi categórica ao falar a Jamil Chade que Bolsonaro tem dito “que Terras Indígenas podem ser usadas para atividades produtivas. Essa é uma das razões que explica a situação, além dos interesses econômicos sobre essas terras”. E ela continuou: “Ele é o chefe-de-estado (…) Ao fazer tais pronunciamentos nessa linha, então claro que esses grupos vão tentar controlar essas terras, invadir esses territórios. As autoridades precisam enviar pessoas à região e impedir que os invasores tomem as terras. Trata-se de um ato ilegal e, portanto, é de responsabilidade do governo proteger o território.”

O Valor associou os ataques às riquezas minerais da região, que são parte da área da RENCA, objeto de enorme mobilização durante o governo Temer.

E o ministro Moro parece ter finalmente descoberto que é o responsável pelo combate ao crime no país. Segundo o UOL, Moro disse que as circunstâncias da morte chefe Emyra e da invasão na Terra Indígena Waiãpi “serão devida e completamente apuradas pela Polícia Federal.”

 

ClimaInfo, 30 de julho de 2019.

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