General Villas Bôas ataca países que cobram ações a favor do meio ambiente

Villas Bôas

No final de semana, o general Villas Bôas aderiu ao discurso infantil segundo o qual se outros países maltratam o meio ambiente, então o Brasil também pode. É o que se depreende da matéria do Valor. Basicamente, o general diz que se alemães e noruegueses, os alvos da vez, queimam carvão e extraem petróleo, então o Brasil pode destruir suas florestas e ninguém tem moral para criticar.

Para Fernando Gabeira, o tipo de argumento usado pelo general “lembra o processo de corrupção no Brasil, onde os partidos atingidos lembravam sempre os erros dos outros. A tese é essa: se todos fazem, por que não fazer também?”

No artigo, Gabeira faz uma advertência: “O projeto amazônico de Bolsonaro, que parece ter ressonância nas Forças Armadas, pode nos conduzir a um isolamento internacional, boicote de nossos produtos, uma derrota política e econômica. Sem contar com o principal efeito negativo: a perda da biodiversidade, os reflexos no próprio clima. O agronegócio já percebeu a resistência externa a esta opção do governo. Por enquanto, teme a perda de mercado. Com o desmatamento, vai se dar conta da perda das chuvas.”

De nossa parte, mon général, pensamos ser importante lembrá-lo que, como o próprio termo define, as consequências do aquecimento global são… globais. Destruir a floresta, explorar petróleo, queimar carvão aquecem a atmosfera e aumentam o impacto das mudanças do clima.

 

ClimaInfo, 13 de agosto de 2019.

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