Reconfirmado: o desmatamento da Amazônia está em alta

19 de agosto de 2019

Mais uma confirmação do aumento do desmatamento da Amazônia foi publicada pelo Imazon. O Instituto mostra um aumento de 15% no período agosto/2018 – julho/2019 em relação ao mesmo período anterior.

O SAD (Sistema de Alarme de Desmatamento) cobre uma área menor do que a coberta pelo PRODES, mas suas medições têm estreita correlação com o desmatamento total.

O estado do Pará segue disparado na frente na contagem de perda florestal, com 35% do total desmatado, seguido por Amazonas (20%), Mato Grosso (19%) e Rondônia (15%). A novidade é que o Mato Grosso perdeu a segunda colocação para o Amazonas.

Quando se observa pelo SAD o mês de julho somente, a ordem é esta um tanto diferente: Pará (37%), Amazonas (20%), Rondônia e Acre (15% cada) e, só então, o Mato Grosso (12%). Giovana Girardi escreveu sobre os dados no Estadão.

Elida Oliveira, n’O Globo, examinou os dados do PRODES e do DETER dos últimos anos e mostra que este último antecipa bastante bem a contagem oficial do PRODES. Ela também mostra que a maioria do alertas do DETER está ocorrendo em áreas protegidas, onde é crime desmatar.

Para quem quiser entender um pouco mais do histórico do desmatamento, Thiago Quadros, Gabriel Zanlorenssi e Gabriel Maia, no Nexo, elaboraram gráficos e fotos de satélite identificando o que aconteceu em cada estado entre 1988 e 2018.

A Economist apresenta o gráfico do desmatamento entre 2015 e o momento atual e lembra de que o ponto sem volta da floresta está cada vez mais próximo.

André Albuquerque e Lucas Costa escreveram no Valor sobre a identificação de três inflexões na taxa do desmatamento na Amazônia. A primeira inflexão leva a uma redução nas taxas quando da implantação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm); a segunda, leva a uma tendência de aumento quando da aprovação do Código Florestal; e, agora, com a entrada de Bolsonaro, a terceira inflexão mostra uma aceleração das taxas de desmatamento. Os autores terminam o artigo com uma nota trágica: “Ao sinalizar de forma explícita o descontentamento com o aparato ambiental brasileiro, por meio de fortes declarações, de afrouxamento de políticas de comando e controle e de desmonte das instituições ambientais, o governo atual cria um ambiente de incentivo ao desmatamento sem precedentes na história recente. Nesse contexto, é razoável admitir um recrudescimento nas taxas de desmatamento, com possíveis consequências irreversíveis para a maior floresta tropical do mundo.”

 

ClimaInfo, 19 de agosto de 2019.

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