Estimulados pelo então candidato Bolsonaro ter declarado que havia áreas protegidas em excesso em Rondônia, centenas de famílias invadiram, em 22 de outubro, a Flona do Bom Futuro, naquele estado.
Os invasores foram retirados da Flona na 3ª feira (10/9), em cumprimento à decisão que atendeu pedido do ICMBio. “O Bolsonaro falou, como o Brasil sabe, que as reservas não iriam existir mais”, disse um dos invasores a Fabiano Maisonnave, da Folha.
Contrariando as afirmações dos próprios invasores, o atual presidente do ICMBio, coronel da PM-SP Homero de Giorge Cerqueira, presente na reintegração de posse, negou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra áreas protegidas tenham incentivado invasões, culpou os governos anteriores, e até seu antecessor no governo Bolsonaro, pelo desmatamento de 734 hectares dentro da Flona e reclamou até da barba do repórter.
O coronel disse a Marizilda Cruppe, do Colabora: “Em São Paulo, a gente conseguiu congelar o desmatamento. Eu, como comandante do policiamento Ambiental, tinha 2.190 policiais militares, 4 batalhões, 498 embarcações que cobriam todo o território (…) O ICMBio tem 1.538 funcionários, 300 fiscais, então é bem aquém do que eu tinha no estado de SP.”
Em tempo: também em Rondônia, o grupo móvel de fiscalização da União resgatou 17 trabalhadores de condições análogas às de escravo que atuavam na derrubada de mata nativa e no carregamento de toras em caminhões, na fazenda Santa Rita de Cássia, em Pimenta Bueno. A equipe chegou ao grupo por causa da denúncia da morte de um trabalhador atingido por uma árvore durante o desmatamento, relata Leonardo Sakamoto em seu blog.
ClimaInfo, 13 de setembro de 2019.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.