A Amazônia que festeja Bolsonaro

posse da terra

Felipe Betim escreveu um artigo no El País sobre a dinâmica da posse da terra em uma das regiões mais conturbadas do país, o sudeste do Pará. Ele falou com gente cujas famílias chegaram durante a ditadura com promessas de terra farta e de graça, ou quase. Criou-se um caos jurídico que o governo só fez acirrar. É gente que entende ser seu direito e dever avançar sobre Terras da União, terras de toda a sociedade brasileira, sejam elas Terras Indígenas, Unidades de Conservação ou terras devolutas. Estão pegando carona no discurso pseudo-nacionalista de Bolsonaro, que potências estrangeiras, capitaneadas por ONGs, querem se apossar das riquezas do subsolo da Amazônia.

Betim conversou também com o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas. “Neste ano aumentou a pressão em áreas protegidas, porque estamos em um momento deliberado em que o governo dá sinais de que tolera esse tipo de coisa em Unidades de Conservação e Terra Indígena. Desmatamento é função direta da expectativa de impunidade. Porque desmatar custa caro, não é barato. Dar o sinal de que vai legalizar invasões em áreas protegidas, ao mesmo tempo que desmantela a fiscalização do IBAMA, é a mesma coisa que dizer ‘pode ir lá’”.

A matéria traz o resultado de uma pesquisa divulgada pelo El País mostrando que “67% dos brasileiros acreditam que a Amazônia vive uma crise ambiental, mas estão divididos com relação ao papel do governo Bolsonaro na crise. Mais de 80% se posicionam contra o garimpo e o desmatamento nas reservas ambientais e indígenas ou defendem a prisão dos grileiros que venham a ser responsabilizados pelos incêndios.”

 

ClimaInfo, 03 de outubro de 2019.

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