Quase 40% da população dos EUA respira ar com níveis perigosos de poluição, alerta estudo

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Matt Stedman/Flickr

Novo relatório da Associação Americana do Pulmão revela que picos de poluição por partículas mortais estão no nível mais severo já registrado em 25 anos.

Cerca de 131 milhões de habitantes dos Estados Unidos, o que equivale a quase 40% da população do país, vivem em áreas com níveis insalubres de poluição do ar. Essas pessoas experimentaram o maior número de dias com qualidade do ar “muito prejudicial” e “perigosa” em 25 anos devido à poluição por partículas. Seria a “lei do retorno” atuando contra os maiores poluidores históricos do planeta?

Os números são do relatório “State of the Air 2024”, da Associação Americana do Pulmão, lançado na 4ª feira (24/4). O estudo avalia a exposição a níveis insalubres de poluição do ar no nível do solo (também conhecida como neblina) e picos de curto prazo e média anual de poluição por partículas (também conhecida como fuligem) por um período de três anos. O documento deste ano inclui os dados de qualidade do ar mais recentes e garantidos de 2020-2022 e foi atualizado para refletir o novo padrão anual de poluição por partículas que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, sigla em Inglês) finalizou em fevereiro de 2024.

As mudanças climáticas – alimentando incêndios florestais, secas e poeira – não apenas estão piorando a qualidade do ar, mas também tornando a poluição cada vez mais desafiadora de combater, disseram especialistas. O que estabelece uma nova realidade para a saúde pública estadunidense e anula anos de avanços alcançados através do Ato de Ar Limpo [Clean Air Act], explica o Washington Post.

“As mudanças climáticas estão causando uma poluição do ar mais perigosa. Todo dia que houver níveis insalubres de ozônio ou poluição por partículas significa que alguém – uma criança, avô, tio ou mãe – luta para respirar. Devemos fazer mais para garantir que todos tenham ar limpo”, disse Harold Wimmer, presidente e CEO da Associação Americana do Pulmão.

Desde a promulgação do Clean Air Act, em 1970, as emissões combinadas de seis poluentes do ar generalizados, incluindo PM 2.5 (Material Particulado 2,5, em Português), diminuíram em 78%, de acordo com a EPA. Mas nos últimos anos, destaca o Guardian, a poluição proveniente da fumaça de incêndios florestais reverteu as melhorias na qualidade do ar decorrentes das proteções federais.

“Vimos progressos impressionantes na limpeza da poluição do ar ao longo dos últimos 25 anos, em grande parte graças ao Clean Air Act. No entanto, quando começamos este relatório, nossa equipe nunca imaginou que, 25 anos no futuro, mais de 130 milhões de pessoas ainda estariam respirando ar não saudável,” reforçou Wimmer.

NBC, npr, Forbes e CNN também repercutiram os dados sobre a poluição do ar nos EUA.

 

 

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ClimaInfo, 25 de abril de 2024.

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