‘Pedalada florestal’ do IPEA projeta cumprimento de metas climáticas

IPEA

Rafael Garcia conclui n’O Globo que o trabalho do IPEA que defende a tese do cumprimento com folga das metas voluntárias assumidas pelo Brasil em 2009 em Copenhagen tem vários problemas. A tese tem sido veiculada comumente pelo governo Bolsonaro.

Estas metas fazem parte da Política Nacional sobre Mudança do Clima, que explicita a promessa de uma “redução de 80% dos índices anuais de desmatamento na Amazônia Legal em relação à média verificada entre os anos de 1996 a 2005”. Isso significa que o desmatamento não poderia passar de 4.000 km2, metade do desmatamento medido no ano passado e, pelo que se pode inferir a partir do DETER, menos da metade do que deve registrar o PRODES neste ano.

Garcia explica o que chama de “pedalada” florestal, dizendo que o IPEA contabilizou as emissões e a quantidade de CO2 removida da atmosfera e fixada em plantas, principalmente nas novas áreas de reflorestamento. Tecnicamente correta, a contabilização das remoções não chega a ser uma prática comum no mundo.

Em tempo: as projeções das emissões do setor de energia e da indústria indicam que as metas de 2009 para estes setores será, sim, atingida. Só que não por esforços de governos e empresas, mas pelo país ter atravessado 3 anos da pior recessão da história, o que derrubou o consumo de energia e dos materiais mais intensivos em carbono.

Algo que sim, é eficaz, mas não acreditamos recomendável.

 

ClimaInfo, 17 de outubro de 2019.

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