A Espanha gastou bilhões em uma ampliação da infraestrutura para o gás natural que, agora, se revela sobredimensionada. O El País publicou um especial sobre a demanda projetada que nunca se concretizou e sobre as plantas de regaseificação que sequer foram inauguradas, mas que demandam milhões de euros anuais para manutenção em estado de espera.
As contas indicam que o déficit do sistema, transferido para todas as contas de gás, chegará a € 100 milhões (cerca de R$ 450 milhões) até o final do ano. Segundo uma das matérias, a Comissão Nacional de Mercados e Concorrência reconhece que “o preço final do gás para o consumidor doméstico (incluindo impostos) é o quarto mais caro da Europa, principalmente devido ao custo mais elevado das portagens para a utilização da rede. Se considerarmos os preços antes de impostos, o preço na Espanha é o segundo mais caro da Europa.”
Em tempo: o exemplo da Espanha devia ser analisado de perto pelo governo e pelos planejadores que estão lançando o país na mesma trilha. O Novo Mercado de Gás está sendo posto em marcha acelerada, e é grande o risco de que seus pés sejam de barro. Aí, estaremos, Espanha e Brasil, condenados a pagar por uma infraestrutura impagável que, ainda por cima, contribui para que o aquecimento global continue crescendo pelas próximas décadas.
ClimaInfo, 24 de outubro de 2019.
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