O ministro Salles disse que, no seu entendimento, o Brasil merece receber US$ 10 bilhões por ano dos países ricos. Mais, o país tem esse direito pelo que já fez.
Jussara Soares, d’O Globo, conversou com o ministro: “Resolvemos fazer uma aposta de continuar no Acordo de Paris para ver se esses recursos vêm. Agora é a hora. Vamos lá apresentar esse argumentos na COP”. E Salles completou: “Nós podemos planejar novas ações na área (do clima) desde que aquilo que já foi feito seja remunerado. Nós não faremos como outros que, no passado, entravam nessa visão de fazer (novos projetos) simplesmente para ficar bonito na foto. Não. Nós vamos fazer para trazer recursos para o Brasil.”
O ministro certamente sabe que não existe nenhum compromisso internacional quanto ao aporte de recursos para o país, quer no Acordo de Paris, quer nas discussões de todos os fóruns que tratam do tema. Ele claramente está arrumando uma desculpa para continuar a não fazer nada, ou pior, para retirar o país do Acordo.
Carlos Rittl, do Observatório do Clima, escreveu n’O Globo dizendo que o ministro está fazendo chantagem florestal: “É como se um inadimplente entrasse num banco exigindo um aumento em seu limite de crédito, alegando que costumava ser um bom pagador… antes de abrir a conta.”
N’O Globo, Henrique Batista diz que “no momento em que haverá mais pressões para que os países ricos de fato doem os US$ 100 bilhões anuais que prometeram, o Brasil pode se beneficiar pouco. Os motivos são o aumento das queimadas, o desmantelamento de políticas ambientais e as mudanças diplomáticas.”
ClimaInfo, 2 de dezembro de 2019.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
