Continuam empacadas as negociações dos mercados de carbono

mercados de carbono COP25

O Brasil é um dos poucos países que continuam travando as negociações sobre os futuros mercados de carbono – o Artigo 6 do Acordo de Paris.

O ministro Salles discursou na 3ª feira dizendo que o país espera que os créditos de carbono emitidos sob as regras do Protocolo de Quioto continuem a valer nos novos sistemas. Posição esta defendida pelo Brasil desde 2015. Quase todo o resto do mundo é contra. Quem ganharia seriam China, Índia e Brasil, que teriam um potencial bilionários desses créditos de carbono. Mais, eles poderiam usar esses créditos para atingir suas próprias metas climáticas, dispensando-os de esforços adicionais.

Outro ponto em pauta é quase um truque contábil. Uma empresa ou um projeto no Brasil vende um crédito de carbono para outro país. O outro país tem o direito de abater da sua meta o crédito que comprou. Brasil e Austrália querem manter o direito de abater este mesmo crédito da suas próprias metas. Um esforço, dois abatimentos. Boa parte do resto do mundo tampouco aceita isto.

Por empacar as negociações desse jeito e há tanto tempo, o Brasil mostra que está mais preocupado em garantir pequenas vantagens do que enfrentar a crise climática.

As notícias sobre as negociações do Artigo 6 saíram no Valor, na Exame, e na Folha por aqui. Tem um artigo interessante na Mongabay e duas matérias na Climate Change News, uma sobre as negociações do artigo 6 e outra sobre a posição dos grandes poluidores.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2019.

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