Secretário norte-americano quer vender pequenas centrais nucleares no Brasil

pequenas centrais nucleares

O secretário de Energia dos EUA, Dan Brouillette, esteve no Rio vendendo a ideia de que pequenas centrais nucleares são ideais para complementar as intermitentes eólicas e fotovoltaicas.

A ideia praticamente não faz sentido, já que implica empate de capital gigante em usinas que operariam de vez em quando. A World Nuclear, por exemplo, faz as contas da viabilidade de usinas nucleares assumindo seu funcionamento contínuo por dezenas de anos. Mesmo assim, as projeções para o custo de geração da energia, por exemplo no Reino Unido, ficam entre 400 e 560 R$/MWh, ao câmbio de hoje, dependendo da taxa de desconto adotada. Seu funcionamento para complementação da intermitência das fontes limpas esticaria a operação por muitos anos, o que aumentaria ainda mais o preço da energia gerada.

Para comparar, no último leilão do ano passado, a energia das eólicas foi vendida a 84 R$/MWh, quase 7 vezes menos.

Segundo a epbr, o secretário Brouillette se encontrou na semana passada com o ministro almirante de minas e energia, Bento Albuquerque. Na pauta, além das pequenas centrais nucleares, um pouco de petróleo e gás, um acordo entre a Eletronuclear e a Westinghouse, empresa que construiu a usina nuclear Angra 1, para prorrogar a vida útil da primeira central nuclear brasileira. Angra 1 começou a ser construída em 1972 e só recebeu licença para operar em 1984. Durante anos seu apelido era vagalume, por conta das frequentes entradas e saídas de operação.

 

ClimaInfo, 04 de fevereiro de 2020.

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