O trauma causado pela crise econômica global de 2008 tem motivado economistas em todo o mundo a buscar identificar sinais que possam antecipar situações recessivas com potencial de causar cenários econômicos dramáticos.
A emergência climática vem despontando como a principal fonte de preocupação para a economia global. Um novo relatório publicado na semana passada pelo Bank of International Settlements (BIS) reforçou essa questão e ressaltou o potencial impacto de eventos climáticos extremos sobre a economia global. Emprestando o termo “cisne negro”, utilizado por especialistas econômicos para apontar eventos fora da curva com efeitos negativos na economia, o estudo indica que a crise climática pode criar “cisnes verdes”, especialmente por conta da intensificação de eventos climáticos extremos.
O custo financeiro desses “cisnes verdes” se desdobra ao longo de toda a cadeia econômica, com aumento de preços, interrupção da produção, prejuízo ou perda na infraestrutura, entre outros. Tudo isso amplia o risco de recessão para as economias nacionais, com a possibilidade de reverberar ao redor do mundo.
Esse efeito-cascata evidencia a necessidade de bancos centrais e reguladores do sistema financeiro de buscarem uma maneira de se antecipar ou se prevenir para a chegada de um “cisne verde”. O problema é que a complexidade e a amplitude desse desafio são inéditas para os analistas de risco econômico, que estão sendo forçados a repensar profundamente seus modelos macroeconômicos.
ClimaInfo, 14 de fevereiro de 2020.
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