Recado de banqueiros a investidores: levem a mudança climática a sério

banqueiros e investidores

Em uma reunião de banqueiros e investidores na semana passada, Alok Sharma, ministro de Comércio, Energia e Indústria do Reino Unido, indicado para presidir a Conferência do Clima no final do ano, disse que o trabalho até a Conferência deveria estar focado em “soltar as amarras do financiamento que impulsionará a mudança para uma economia de carbono zero”. Ele citou uma estimativa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de que seriam precisos quase US$ 7 trilhões por ano ao longo da próxima década para atingir as metas de Paris e as do Desenvolvimento Sustentável da ONU e que boa parte destes recursos terão que vir do setor privado.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, advertiu a plateia de que “se essa intervenção atrasar, a necessidade de reduzir emissões terá de ser mais acentuada, mais rápida, resultando numa transição desordenada, desarticulada e mais disruptiva para a economia.”

A notícia saiu no Financial Times, Bloomberg, Climate Change News e no Carbon Brief.

Em tempo: O Financial Times publicou uma carta de um leitor criticando o jornal: “No editorial de 22 de fevereiro, aponta-se que políticas ecologicamente corretas serão em breve uma necessidade comercial para os diretores de empresa e não apenas um exercício de marketing. Pois é. No entanto, um anúncio de página inteira na sua revista do final de semana é um exercício de marketing da Aramco, a maior e mais poluente empresa de combustíveis fósseis do mundo. O anúncio procura mostrar que os combustíveis fósseis são atualmente a única “energia de verdade” e continuarão a ser nos próximos 50 anos.

Será que o dinheiro dos combustíveis fósseis é, de fato, dinheiro demais para que até o jornal o decline?

 

ClimaInfo, 2 de março de 2020.

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