Negociações climáticas em 2020

9 de março de 2020

A ciência, muitos stakeholders e a ONU estão exigindo que os países reforcem seus planos climáticos neste ano antes do início das negociações climáticas da COP26, que acontecerão em novembro em Glasgow, segundo a newsletter da Climate Home News.

Ao ratificar o Acordo de Paris, os países concordaram em aumentar seus planos climáticos para limitar o aquecimento “bem abaixo de 2oC”. E as atuais promessas nos colocaram a caminho para mais de 3oC de aquecimento até 2100.

Mas a abordagem bottom-up do Acordo de Paris se baseia em também em compromissos voluntários, daí que aquilo que os grandes emissores fizerem ou não neste ano pode moldar a resposta de todo o mundo à crise climática.

Como dominós, um evento pode desencadear uma onda de compromissos para uma ação mais ambiciosa, dando um impulso à COP26. Mas o contrário também é verdade, e oportunidades perdidas podem paralisar a máquina diplomática.

Algumas ambiguidades existentes no texto do Acordo de Paris não ajudam. Formalmente, espera-se que os países apresentem planos climáticos novos ou atualizados “até 2020” – e não “até a COP26”, o que pode ser entendido como até 31 de dezembro, embora a COP seja amplamente considerada como o prazo final. Neste momento, também não está claro se o surto de coronavírus terá impacto sobre o calendário.

A ONU admitiu ter previsto que alguns países venham a apresentar seus planos “no último trimestre do ano”. E algumas incertezas se colocam no caminho: uma cúpula UE-China levará o presidente chinês Xi Jinping à Alemanha em setembro, e os eleitores norte-americanos irão às urnas em 3 de novembro.

Qualquer um destes eventos pode desencadear um efeito dominó.

Os EUA deixarão o Acordo de Paris no dia 4 de novembro, mas os democratas se comprometeram a voltar a participar imediatamente se derrotarem Trump.

Será que outros grandes jogadores esperarão pelos resultados das eleições norte-americanas antes de decidir se impulsionarão seus planos climáticos? É uma possibilidade que a maioria torce para não acontecer.

Na semana passada, a Moldávia passou a ser o quarto país a confirmar formalmente à ONU que vai aprofundar seu plano climático para 2030, comprometendo-se a reduzir as emissões em 70% em relação aos níveis de 1990 até 2030.

Quem será o próximo… e quando?

 

ClimaInfo, 9 de março de 2020.

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