A canoa solar que navega na Amazônia

Amazônia equatoriana

A nova embarcação de fundo chato, próprio para navegar pelos rios às vezes rasos da parte equatoriana da bacia Amazônica, tem instaladas placas fotovoltaicas no seu teto. Ao invés de depender apenas de remos ou motores diesel, ela ensinou aos 9 membros do grupo indígena Achuar uma nova maneira de aproveitamento da energia do Sol. Nantu, um deles, diz: “Eles nos venderam, venderam nossos recursos”, referindo-se às autoridades de Quito, “e estão aumentando os poços de petróleo. Estão nos roubando sem darmos conta. É por isso que nos levantamos, para defender o que é nosso, os nossos territórios, o nosso modo de vida.”

Duas canoas solares conectam nove comunidades no território Achuar e, quem sabe no futuro, substituir as dezenas de milhares de embarcações que queimam milhares de metros cúbicos de combustível a cada ano.

A lista de desafios é longa: baterias de lítio, estações de recarga, capacitar gente para fazer a manutenção. Nantu comenta as mudanças do clima já vividas: “Já se percebe mudanças na vida aqui na selva. O ciclo de floração mudou de um a dois meses. As chuvas estão mais intensas, e o sol é demasiado forte.”

A matéria de Francesc Badia i Dalmases, do The Guardian, termina dizendo que Nantu “tem uma visão para o futuro dos seus cinco filhos. Ele imagina uma Amazônia capaz de ser economicamente autossuficiente, alguns poucos centros de turismo comunitário administrados por indígenas e canoas solares.”

 

ClimaInfo, 16 de março de 2020.

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