A Amazônia pode ter passado do ponto de ruptura

17 de março de 2020

“A metade oriental da Floresta Amazônica está perdendo a batalha e virando uma savana”. Antônio Nobre, cientista da Terra, conversou com o pessoal do Carbon News Network e mostrou seu lado mais pessimista, mas cientificamente irretocável. Ele começa dizendo que “assim que eu comecei a pensar que a destruição não poderia piorar, ela piorou.” A partir de 2012, quando termina o período de redução nas taxas de desmatamento, se viu o Código Florestal reduzir a proteção anterior e sucessivos governos deixarem ou incentivarem o crime a entrar na floresta. E tudo isso piorou no ano passado quando Bolsonaro virou presidente. “Tem gente perigosa no governo”, diz. “O ministro do meio ambiente é um criminoso condenado. O ministro das relações internacionais é um cético climático”. Para Antônio Nobre, o governo Bolsonaro incentiva grileiros a roubar Terra Indígena e Áreas Protegidas e devolutas do Estado. E, depois, a vender para pecuaristas e para os conglomerados de soja. “Quando se desmata um sistema saudável, ele se recupera outra vez. Mas uma vez ultrapassado um certo limiar, um ponto sem volta, o sistema se transforma em um tipo diferente de equilíbrio. Torna-se mais seco, há menos chuva. Deixa de ser uma floresta.” Quando as árvores se vão, o sistema colapsa, o clima muda e não não só na região amazônica, mas em toda uma área muito maior. “Costumávamos dizer que a Amazônia tinha duas estações: a estação das chuvas e a estação mais úmida”, diz Nobre. “Agora, há muitos meses sem uma gota d’água.”

 

ClimaInfo, 17 de março de 2020.

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