Ontem, o preço do barril de petróleo, segundo o índice Western Texas Intermediate (WTI), oscilou quase o tempo todo abaixo de US$ 20, enquanto outro índice, o Brent, oscilou um pouco acima de US$ 25. Isso não acontecia desde 2002 e, antes disso, desde 1998.
Um jornalista da Bloomberg informou no Twitter que ontem não foram feitos lances para as ofertas de petróleo do Mar do Norte, ninguém se interessou. E que nos EUA e Canadá, os preços efetivamente negociados já estão abaixo de US$ 10.
O que acontece é que tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia têm fôlego para manter a produção alta durante um bom tempo. Isso se junta à queda na demanda por conta das quarentenas em todo o mundo, o que leva os estoques de petróleo e derivados a chegar no limite físico, como acontece nos EUA. O pessoal da Oil Price chega a se perguntar se o preço cairá ainda mais.
Vale a leitura das matérias do Financial Times, da CNBC e os updates do The Guardian sobre os estoques.
Outra matéria do FT diz que a queda de ontem veio após o governo dos EUA avisar que a epidemia poderia matar 200.000 americanos. E uma terceira diz que o consumo nos EUA voltou aos níveis anteriores aos choques do petróleo da década de 1970. O Valor publicou uma tradução deste último artigo.
O The Guardian aponta para o fechamento de poços nos EUA que ficaram inviáveis com os preços deste mês. E o Oil Price, feroz defensor dos fósseis, traz um artigo interessante sobre a indústria do carvão norte-americano ser esmagada pela crise do coronavírus.
ClimaInfo, 31 de março de 2020.
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