Em meio à pandemia e à explosão do desmatamento, governo busca enfraquecer salvaguardas indígenas e ambientais

desmatamento

O aumento do desmatamento e as ações governamentais que provavelmente o aumentarão são destaques na matéria de Lucy Jordan e Ana Terra Athayde no Unearthed. Elas destacam que, enquanto a pandemia ocupa as manchetes e a atenção de todos, o governo está tentando aprovar no Congresso medidas provisórias que farão disparar a grilagem, a invasão de Terras Indígenas e Unidades de Conservação, o desmatamento e as queimadas. A estas MPs somam-se instruções de órgãos governamentais, como a mais recente da Funai que autoriza a posse de terras situadas em Terras Indígenas não homologadas.

No Intercept Brasil, Fernanda Wenzel comenta a decisão da justiça que obriga o governo a explicar porque o desmatamento continua aumentando e o que fará para contê-lo. A matéria traz a palavra da procuradora da República no Amazonas, Ana Carolina Haliuc Bragança, coordenadora da Força-Tarefa Amazônia: “Tradicionalmente a gente tenta primeiro negociar. Mas chega um momento em que temos que acionar o Judiciário, porque a situação está grave demais. Nosso entendimento é de que este momento chegou”.

Enquanto isso, as queimadas no Pantanal já bateram o recorde histórico do século. Phillippe Watanabe relata na Folha que “os meses de março e abril são os que mais chamam a atenção, ambos com os maiores valores já registrados para esses meses. Respectivamente, foram 602 e 784 focos de calor no bioma.” E a estação das queimadas só começa entre julho e agosto. Para Cassio Bernardino, do WWF, “o Pantanal é um bioma um pouco esquecido, mas é um bioma único. É a maior área úmida continental do planeta. E, proporcionalmente, queimou mais que a Amazônia no ano passado. Precisamos de mais atenção e estrutura de combate ao fogo para o Pantanal”.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2020.

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