Dinâmica do crime na Amazônia

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Misture quantidades cavalares de ausência de autoridade, de localização remota e de completo caos fundiário. O resultado é o aumento da extração ilegal de madeira seguido do desmatamento e da grilagem. A descrição é de Maurício Monteiro que, no Mongabay, fala de Lábrea, no Amazonas.

O município, nos últimos anos, está nas primeiras posições de área desmatada e de área queimada. Monteiro foi ao sul do município, local onde os problemas se concentraram. “Ao percorrer os caminhos barrentos do seringal, é possível visualizar todas as instâncias do processo que leva a floresta à morte. Na mata aparentemente cerrada, pequenas clareiras se insinuam, vestígios da passagem das skids, máquinas responsáveis por levar as árvores ao chão. Esses pequenos corredores levam ao coração da floresta – e para longe do escrutínio de uma eventual fiscalização – onde o corte seletivo de madeira pode acontecer livremente. Lá, as toras de valor ficarão estocadas por um bom tempo, até que sequem. Na calada da noite – ou em plena luz do dia -, elas serão retiradas e levadas pelos caminhões-julieta às dezenas de serrarias próximas para beneficiamento e destinação ao mercado brasileiro e estrangeiro. Depois, vêm as queimadas que apagam o céu e escurecem a chuva de cidades a milhares de quilômetros de distância. E, por fim, o gado, o ponto final da sentença de morte da Amazônia.” A matéria nos permite conhecer melhor a dinâmica do desmatamento na Amazônia sem lei.

 

ClimaInfo, 25 de maio de 2020.

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