Brasil responde por ⅓ da perda global das florestas tropicais úmidas em 2019

florestas tropicais

A cada seis segundos o mundo perdeu o equivalente a um campo de futebol de floresta tropical primária em 2019. Cerca de 11,9 milhões de hectares de cobertura arbórea foram devastados no passado, de acordo com levantamento da Global Forest Watch divulgado ontem (2/6). Desse total, 3,8 milhões de hectares foram destruídos em florestas primárias tropicais úmidas, áreas particularmente importantes para a conservação da biodiversidade e a captura e armazenamento de carbono da atmosfera. O Brasil representou sozinho mais de ⅓ de toda a perda, sendo que o resultado em 2019 foi o pior do país em relação a florestas primárias em 13 anos.

“Tivemos tantos esforços internacionais e promessas sobre redução de desmatamento, com companhias e governo se comprometendo a reduzir a perda de floresta tropical pela metade em 2020”, comenta Mikaela Weisse, gestora do Global Forest Watch, para o jornal The New York Times. Mas “o fato é que [a destruição florestal] tem sido persistente e isso nos preocupa bastante”.

Estimativas dos autores indicam que a perda de floresta tropical em 2019 resultou na liberação de mais de 2 bilhões de toneladas de CO2, o equivalente às emissões de toda a frota veicular dos EUA.

As queimadas, que colocaram o Brasil sob os holofotes internacionais no ano passado, não contribuíram para essa perda, de acordo com o levantamento. Isso porque a maior parte dos focos de incêndio florestal ocorreu em áreas já desmatadas. A situação é diferente no Brasil e também na Bolívia, onde as queimadas foram apontadas como a principal responsável pelo aumento de 80% da perda de cobertura vegetal nativa em 2019 em relação ao ano anterior.

 

ClimaInfo, 3 de junho de 2020.

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