Estados da Amazônia usam dinheiro recuperado pela Lava Jato para combater desmatamento

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Enquanto a União coloca a área ambiental em geral, e a climática em particular, em estado de anemia orçamentária crônica, os governos estaduais da Amazônia buscam outros caminhos para se financiar.

Na Reuters, Jake Spring dá detalhes da anemia: o valor alocado para fiscalização florestal no Ibama caiu de R$ 17,4 milhões de janeiro a maio de 2019, para R$ 5,3 milhões no mesmo período deste ano. O montante destinado à mitigação das emissões de gases de efeito estufa caiu de R$ 436 milhões no ano passado, para R$ 247 milhões (-40%). O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, instrumento financeiro para a implantação do Plano, foi zerado, e pelo 2º ano consecutivo. Sem falar, claro, no Fundo Amazônia, paralisado desde o ano passado pelas ações do ministro do meio ambiente. Os dados foram levantados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC).

Para os governos estaduais, uma fonte inesperada de recursos tem vindo do dinheiro recuperado da Petrobras pela Operação Lava Jato, que já garantiu cerca de R$ 140 milhões para fiscalização, equipamentos e tecnologia de vigilância para o combate ao desmatamento.

No Pará, estado que teve o maior índice de desmatamento em 2019, o orçamento da agência ambiental foi dobrado com recursos do chamado Fundo Petrobras; com isso, o número de agentes de campo saltou de apenas dez para 100 profissionais, que deverão começar a trabalhar no mês que vem. Já em Roraima, os recursos estão sendo usados para contratar bombeiros florestais e apoiar a agricultura sustentável e educar moradores sobre prevenção de incêndios.

 

ClimaInfo, 4 de junho de 2020.

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