Os “negócios da China” na Amazônia brasileira

China na Amazônia

Quase um século após o magnata da indústria automobilística Henry Ford sonhar (e se desiludir) com um império industrial no coração da Amazônia, os chineses começam a adentrar a maior floresta tropical do planeta para garantir a soja e a carne bovina que compram em volumes gigantescos do Brasil.

No Post Magazine, Melissa Chan e Heriberto Araújo relatam como empresas chinesas estão chegando à Amazônia e diversificando sua atuação econômica. Mais do que simples consumidores de commodities, os chineses estão aproveitando o momento econômico do Brasil – com um governo interessado em expandir as atividades econômicas na Amazônia, ainda que a custo de seu desmatamento – para atuar em outros elos dessas cadeias, como comércio internacional (traders), investidores e construtores de infraestrutura.

Um exemplo dessa diversificação é o interesse de construtoras do país em tirar do papel a “Ferrogrão”, um projeto de ferrovia que facilitaria o escoamento da produção do norte do Mato Grosso até o rio Tapajós e, daí, para seus compradores chineses do outro lado do mundo. Além do projeto, os chineses oferecem também apoio econômico para financiar a operação, no âmbito da Iniciativa Belt and Road (BRI), o principal tijolo no projeto geopolítico internacional de Xi Jinping para a China nas próximas décadas.

O custo ambiental da nova estratégia econômica chinesa para a Amazônia pode ser a intensificação do desmatamento. Mesmo com seus compromissos climáticos domésticos, a China não vem demonstrando muito interesse em prezar pelos mesmos valores em seus projetos econômicos internacionais.

 

ClimaInfo, 16 de junho de 2020.

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