Pandemia e crise climática comprometem projetos de gás natural

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Um levantamento feito pelo Global Energy Monitor indica que, dos 45 principais projetos de exportação de gás natural liquefeito (GNL) em desenvolvimento no mundo, pelo menos 20 estão enfrentando problemas de financiamento, resultado de preocupações crescentes com as mudanças climáticas, protestos públicos e atrasos decorrentes da pandemia.

Essa retração é significativa, já que o setor era visto por investidores há pouco tempo como um mercado promissor. Um reflexo disso está no avanço da infraestrutura em construção para GNL no último ano. De acordo com o relatório, a capacidade global de gás natural em construção dobrou em um ano, indo de US$ 82,8 bilhões para US$ 196,1 bilhões nos últimos 12 meses.

No entanto, a concorrência crescente das fontes renováveis de energia, junto com o crescimento lento da demanda e a oposição de ambientalistas atingiram em cheio o setor de GNL. A Reuters destaca a fala do vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos, Andrew McDowell, que enxerga que “investir em novas infraestruturas de combustíveis fósseis, como terminais de GNL, é cada vez mais uma decisão economicamente incorreta”.

Para o jornal The New York Times, a oposição ao uso de gás natural para geração de energia deve ser o próximo “campo de batalha” na indústria energética norte-americana. Com a decadência do carvão, as usinas termelétricas insistem que a geração por gás é uma alternativa que não pode ser descartada imediatamente para o setor. Porém, ambientalistas e especialistas já apontam os riscos que a queima de gás natural pode causar em termos climáticos, especialmente por conta do escape de metano, um dos gases de efeito estufa mais potentes.

 

ClimaInfo, 8 de julho de 2020.

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