Hiroshima (e o mundo), 75 anos depois da bomba

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Hoje, 6 de agosto, o ataque nuclear dos EUA à cidade japonesa de Hiroshima completa 75 anos. Junto com o bombardeio a Nagasaki, realizado três dias depois, o episódio precipitou o final da Segunda Guerra Mundial em 1945 e marcou o começo da era nuclear.

No domingo (2/8), a Folha publicou três textos que exploraram o legado doloroso dos ataques nucleares no Japão. O primeiro deles, de Paula Sperb, abordou as memórias, os dramas e os aprendizados daqueles que sobreviveram aos ataques de 6 e 9 de agosto de 1945. Sete décadas e meia depois, os “hibakusha” são menos numerosos, sendo que aqueles que seguem vivos conhecem apenas a experiência pós-ataque, marcada pelos efeitos da radioatividade lançada pela explosão nos céus de Hiroshima e Nagasaki. Para eles, recordar esse sofrimento é uma maneira de trabalhar para que ele não se repita.

No entanto, como Igor Gielow ressaltou em seu artigo, o mundo de agosto de 2020 segue vivendo sob a sombra de uma ameaça nuclear, com mais de 3,7 mil ogivas prontas para uso em todo o mundo – número bem menor que os 70 mil do final dos anos 1980, ainda sob a Guerra Fria entre EUA e União Soviética. Mesmo com o arsenal reduzido, as grandes potências seguem investindo no desenvolvimento de novas armas nucleares.

Para piorar, como bem destacou o embaixador Sergio Duarte, ex-alto-representante da ONU para desarmamento, o controle internacional sobre essas armas está cada vez mais frágil, com diversos acordos entre EUA e Rússia sendo abandonados ou revogados nos últimos anos. Ele também lembra que o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN), de 2017, segue sem a ratificação completa do Brasil, que foi um de seus principais promotores.

 

ClimaInfo, 6 de agosto de 2020.

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